Setores que estão na gerência da crise de covid-19 no país avaliam que o colapso no sistema de saúde está começando a ocorrer em pelo menos quatro estados –– e existe o temor de que avance por várias unidades da Federação, já perto do limite. A avaliação de técnicos que assessoram o Ministério da Saúde é de que os insumos e leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) já ficam escassos no Pará, em Roraima, em Rondônia e no Rio de Janeiro, de acordo com fontes ouvidas pelo Correio.
Nesses estados, profissionais de saúde relatam ao ministério que a crise está se agravando, as novas internações e infecções pela covid-19 aumentam rapidamente, forçando hospitais e unidades básicas de saúde ao extremo. A expectativa é de que, apesar das doses das vacinas contra o novo coronavírus terem começado a chegar, a mortes vão continuar em escala ascendente.
A ordem é atuar de imediato na crise em Manaus, em razão da repercussão do caso na imprensa brasileira e estrangeira. Porém, tanto o setor técnico quanto o político já sabem que a crise será ainda maior e há quem fale em 2 mil mortes por dia já para a próxima semana.
Diante desse quadro, a corrida pela vacina passou a ser vista dentro do governo como a única maneira de salvar o presidente Jair Bolsonaro politicamente. A avaliação no Palácio do Planalto é a de que, à medida que os casos de mortes e o colapso dos hospitais forem aumentando, a aprovação do chefe do Executivo vai se deteriorar rapidamente.
Mas estão em curso alguns passos capazes de diminuir o desgaste político. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) reunirá, hoje, sua diretoria colegiada para avaliar se permite o uso emergencial de mais 4,8 milhões de doses da CoronaVac. No último domingo, a autarquia liberou o uso de 6 milhões de doses deste imunizante, desenvolvida pelo Instituto Butantan e pela farmacêutica chinesa Sinovac. Agora, avalia o aval ao lote de imunizantes que foi envasado no Brasil.
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