Covid-19

Pazuello estuda aplicar apenas uma dose para frear coronavírus

Ministro aponta que medida seria útil para reduzir a contaminação. Após vacinar o maior número de pessoas em um primeiro momento, o ministério avalia o momento adequado da segunda etapa da imunização

Sarah Teófilo
Maria Eduarda Cardim
postado em 11/01/2021 20:35
 (crédito: Tony Winston/MS)
(crédito: Tony Winston/MS)

O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse nesta segunda-feira (11/01), durante visita a Manaus, que para ampliar a cobertura da vacinação, considera a possibilidade de aplicar uma dose da vacina de Oxford/Astrazeneca no maior número de pessoas antes de começar a aplicação da segunda dose. Com isso, seria possível reduzir o número de infectados, segundo ele. O ministro lembrou que o imunizante tem eficácia de 71% com apenas uma dose.

“Com 71%, talvez a gente entre para imunização em massa. É uma estratégia que a Secretaria de Vigilância em Saúde vai fazer para reduzir a pandemia. Talvez o foco seja não a imunidade completa, mas sim a redução da contaminação, e aí a pandemia diminui muito. Podendo aplicar a segunda dose na sequência, chegando a 90%”, disse o ministro.

A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), que produzirá o imunizante no Brasil, no entanto, recomenda a aplicação de duas doses, em um intervalo de 4 e 12 semanas, mas lembra que cabe ao Ministério da Saúde definir o regime de doses. Segundo a fundação, a eficácia da vacina é de 73%, uma dose. Na última semana, o governo confirmou a importação de 2 milhões de doses da vacina de Oxford contra a covid-19 produzida na Índia. As doses devem chegar ao Brasil ainda neste mês, segundo o governo. 

Na ocasião, o presidente do instituto Serum, responsável pelo fornecimento da vacina ao Brasil, Adar Poonawalla, disse que o governo indiano não permitiria a exploração da vacina produzida no país. No dia seguinte, entretanto, ele publicou uma mensagem no Twitter afirmando que "as exportações de vacinas são permitidas para todos os países e um comunicado conjunto esclarecendo quaisquer mal-entendidos com relação à Bharat Biotech será feito".

Dia D, hora H

Sem dar datas precisas para o início da vacinação contra o novo coronavírus, tampouco horário, Pazuello disse ainda que a vacinação irá começar “no dia D, na hora H”.

“Todos os estados receberão simultaneamente as vacinas, no mesmo dia a vacina. A vacina vai começar no dia D, na hora H, no Brasil. No primeiro dia que a autorização for feita, a partir do terceiro ou quarto dia estará nos estados e municípios para iniciar a vacinação. A prioridade já está dada, é o Brasil todo. Vamos fazer como exemplo para o mundo. Os grupos prioritários já estão distribuídos”, afirmou.

Em sua fala, o ministro reafirmou que o país pode iniciar a vacinação no dia 20 de janeiro. Esta é a previsão otimista, já dita pelo general em outros momentos. Outros dois possíveis períodos previstos para início da imunização são entre o dia 20 de janeiro e 10 de fevereiro, ou, o prazo mais distante seria do dia 10 de fevereiro a começo de março.

Ele ainda disse que a imunização começará no Brasil três ou quatro dias após a aprovação do uso emergencial de um imunizante pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). Na última semana, o Instituto Butantan e a Fiocruz protocolaram solicitações para o uso emergencial de seis milhões de doses da CoronaVac e dois milhões de doses da vacina de Oxford, respectivamente. Sendo assim, se aprovadas, o país terá 8 milhões de doses disponíveis.

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