O governador de São Paulo, João Doria (PSDB), voltou a pedir, nesta segunda-feira (11/1), celeridade da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) na análise da vacina CoronaVac, da farmacêutica chinesa Sinovac, produzida em parceria com o Instituto Butantan. Dados sobre a eficácia da vacina foiram apresentados na última semana, assim como o pedido à agência para uso emergencial do imunizante. No fim de semana, entretanto, a agência informou que ainda faltavam dados necessários à avaliação e que havia solicitado novos documentos técnicos ao Butantan.
“Respeito pela ciência, pelos estudos, pela Anvisa, mas respeito, sobretudo, pela vida. Não podemos nos esquecer de que o Brasil está perdendo mil vidas todos os dias. O senso de urgência, amparado pela ciência, deve prevalecer. Não é razoável que processos burocráticos, ainda que em nome da ciência, se sobreponham à vida”, afirmou Doria.
O tucano pontuou que não há motivo para burocratizar a questão perante a uma “situação tão grave”. “Postergar, burocratizar, para quê? Para servir a qual interesse?”, indagou. Conforme o governador, o momento é de colocar o sentimento de compaixão “acima de qualquer discussão de ordem política, partidária”.
“Faço aqui um apelo à Anvisa, ao Ministério da Saúde, ao governo federal. Olhem as perdas que estamos tendo no Brasil. Mais de 60 países do mundo estão vacinando, e nós estamos vacilando ao invés de estarmos vacinando. Não faz sentido. Segundo país em número de mortes, terceiro país em casos, e não começamos a vacinar ainda? Não é razoável, não é aceitável, não é justificável”, afirmou. Na verdade, segundo levantamento do Our World In Data, 50 países começaram a imunização até o momento.
No último dia 10, o governador já havia feito um apelo pelo Twitter. “É preciso senso de urgência da Anvisa para liberação da vacina do Butantan. Ritos da ciência devem ser respeitados, mas devemos lembrar que o Brasil perde cerca de mil vidas por dia para a covid-19. Com a liberação da Anvisa, milhões de vacinas que já estão prontas poderão salvar vidas”, escreveu.
Na coletiva, foi apresentado o programa de logística do estado de São Paulo para a vacinação. O governador também voltou a criticar a falta de planejamento do governo federal em relação ao Programa Nacional de Imunização (PNI) contra a covid-19.
“Aqui nós planejamos com antecedência, ouvindo a ciência e a medicina. (...) Vocês vão conhecer hoje, aqui, mais detalhes sobre o programa estadual de imunização de São Paulo, que está mantido, até porque não conhecemos todos os detalhes do Programa Nacional de Imunização”, disse.
Doria contestou a falta de uma data indicada pelo Ministério da Saúde. “Qual é a data prevista para o início do Programa Nacional de Imunização? Alguém aqui é capaz de me dizer? Nem os jornalistas, que aqui estão e são bem informados, são capazes de dizer. Porque não há (data). O governo federal não admite que não tem a data para o início do Programa Nacional De Imunização”, criticou.
Após as críticas, o governador indicou que o Programa Estadual de Imunização poderá ser acoplado ao nacional. “Nós não queremos contestar, queremos agir para salvar”, afirmou. O início do programa estadual de imunização em São Paulo está previsto para 25 de janeiro.
Saiba Mais
- Brasil Enquanto Fiocruz passa na triagem da Anvisa, Butantan precisará enviar mais dados
- Brasil Governo mostra limitações ao arriscar atraso na distribuição de vacina
- Brasil Informações foram encaminhadas à Anvisa no fim de semana, diz Doria
- Brasil Vacinação começa três a quatro dias após aprovação de uso emergencial, diz Pazuello
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.