O ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarou, nesta segunda-feira (11/1), que a solução para a crise vivenciada em Manaus (AM) em relação ao colapso da rede de saúde é diminuir a entrada de outras doenças nos hospitais. O estado sofre com uma segunda onda da covid-19 e a capital do estado enfrenta a alta das internações, que já são em maior número do que as registradas em dezembro.
“Estamos vivendo crise de oxigênio? Sim. Crise de abertura de UTI? Sim. Crise de pessoal? Sim. A nossa saúde de Manaus já começa com 75% de ocupação. Então são muito importantes medidas que diminuam a entrada. Precisam ser tomadas medidas para diminuir a entrada nos hospitais de outras doenças, acidentes, assaltos e tiroteios. Nós temos que tentar diminuir a entrada (dessas outras doenças), porque a entrada da covid a gente não domina. Aliás, diminui com o atendimento básico, mas isso demora 14 a 15 dias para isso dar o resultado, e nós temos uma inércia aí, e a solução é diminuir outras entradas”, disse Pazuello.
O general reforçou que o diagnóstico da doença deve ser feito pelo médico e que os exames laboratoriais ou de imagem são complementares. Além disso, o ministro afirmou que a prescrição de uma medicação pode ser feita pelo médico antes dos resultados dos testes.
“O diagnóstico é do médico, não é do exame, não é do teste, não aceitem isso. (...) o exame laboratorial, o teste é complemento do diagnóstico médico, até porque a medicação pode e deve começar antes desses exames complementares. Caso o exame lá na frente, por alguma razão, dê negativo, ele reduz a medicação e tá ótimo. Não vai matar ninguém, pelo contrário, salvará no caso da covid”, indicou Pazuello.
As declarações foram feitas durante o anúncio de ações de reforço ao plano de contingência para enfrentamento da covid-19 no estado do Amazonas. Entre as ações estão o lançamento do aplicativo TrateCOV, que, segundo a pasta, auxiliará na detecção de casos de covid-19, e a entrega de 10 leitos de UTI e 118 leitos clínicos-científicos ao Hospital Universitário Getúlio Vargas.
Segundo o ministério, o aplicativo TrateCOV é um projeto-piloto que vai testar um novo método científico na atenção primária à saúde (APS) para detectar casos da doença. “Profissionais de saúde vão utilizar um protocolo clínico para fazer um diagnóstico rápido da doença nos postos de saúde, através de um sistema de pontos que obedece rigorosos critérios médicos”, indicou nota divulgada pela pasta.
O evento de divulgação das ações do ministério contou com a presença do governador do Amazonas, Wilson Miranda Lima, do prefeito de Manaus, Davi Miranda, além de secretários do Ministério da Saúde.
Colapso
Desde a última terça-feira (5/1), Manaus declarou estado de emergência por 180 dias. O decreto do prefeito David Almeida prevê a contratação temporária de pessoal, de serviços e aquisição de bens e materiais, entre outras medidas. Em abril e maio do ano passado, o sistema público de saúde e o serviço funerário colapsaram em Manaus.
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