Covid-19

Pfizer contradiz Pazuello e diz que ofereceu 70 milhões de doses da vacina ao Brasil

Oferta foi feita em agosto do ano passado, segundo a empresa, com previsão de entrega a partir de dezembro. Ministro da Saúde disse ontem que farmacêutica teria apenas nove milhões de doses para o país, e que as primeiras seriam entregues em janeiro deste ano

Maria Eduarda Cardim
postado em 08/01/2021 12:24 / atualizado em 08/01/2021 12:27
 (crédito: JOEL SAGET / AFP)
(crédito: JOEL SAGET / AFP)

Após o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, declarar que a Pfizer ofereceu ao Brasil apenas nove milhões de doses da vacina contra covid-19 até junho, das quais as primeiras 500 mil seriam entregues em janeiro, a empresa, por meio de nota, contradisse o general e afirmou que ofertou ao governo brasileiro 70 milhões de doses, sendo que parte desse quantitativo seria entregue a partir de dezembro de 2020.

“A Pfizer ofereceu 500 mil doses em janeiro, 500 mil em fevereiro, dois milhões em março, dois milhões em abril, dois milhões em maio e dois milhões em junho. Pensem se isso resolve o problema do Brasil. Toda a vacina oferecida pela Pfizer oferecida no primeiro semestre vacina a metade da população do Rio de Janeiro”, disse Pazuello na última quinta-feira (7/1).

Em nota, a Pfizer não deixa claro quantas doses das 70 milhões oferecidas iriam ser entregues no primeiro semestre, mas informa que a primeira proposta feita “considerava um quantitativo para entrega a partir de dezembro de 2020”, e não em janeiro como disse o ministro.

Além disso, o general à frente do Ministério da Saúde disse que a pasta foi procurada três meses atrás. Já a Pfizer informa que as tratativas com o governo brasileiro se iniciaram em junho de 2020, “sendo que a primeira proposta foi encaminhada pela companhia em 15 de agosto de 2020”.

Cláusulas

Pazuello pontuou que há exigências que não permitem a compra do imunizante fornecido pela empresa, mas que não parou de negociar com a Pfizer. “O que nós queremos da Pfizer é que ela nos dê o tratamento compatível com o nosso país, que amenize essas cláusulas. Não podemos assinar desta forma”, indicou o ministro, após dizer que novas reuniões seriam realizadas nesta sexta (8/1).

Entre as exigências existentes no contrato, segundo Pazuello, estão a isenção eterna e completa de qualquer responsabilidade por efeitos colaterais advindos da aplicação da vacina e o não fornecimento do diluente que é usado na vacina, sendo de responsabilidade do Brasil a produção deste insumo.

Segundo a empresa, as cláusulas apresentadas ao governo brasileiro “estão em linha com os acordos fechados em outros países do mundo, inclusive na América Latina”.

“Países como Estados Unidos, Japão, Israel, Canadá, Reino Unido, Austrália, México, Equador, Chile, Costa Rica, Colômbia e Panamá, assim como a União Europeia e outros países, garantiram um quantitativo de doses para dar início à imunização de suas populações, por meio de acordo que engloba as mesmas cláusulas apresentadas ao Brasil”, afirmou a Pfizer. A empresa ressaltou, ainda, que permanece à disposição do Ministério da Saúde para concretizar um acordo que beneficie os brasileiros.

 

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