Amigos da juíza Viviane Vieira do Amaral Arronenzi, morta a facadas pelo ex-marido na frente das três filhas, tentava amenizar os problemas no relacionamento e chegou a dispensar a escolta armada cedida pelo Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro "por pena" do engenheiro Paulo José Arronenzi. As informações são do jornal O Globo.
A juíza abriu mão da presença constante de seguranças há aproximadamente um mês. Segundo fontes ouvidas pelo jornal, ela se sentia incomodada com a escolta e queria preservar a imagem do homem de 52 anos com quem foi casada por mais de uma década.
"Ficou evidente que ela tentava preservar a figura do ex-marido como pai. Tentou se proteger e, ao mesmo tempo, protegê-lo. Acabou abrindo mão da escolta por pena dele", comentou uma fonte do TJ.
Amiga da vítima, a também juíza Simone Nacif reforça a tese de proteção das filhas. "Viviane era uma mulher forte, independente financeiramente e reservada. Estava refém de um relacionamento que demonstrava ser fatal. Ela procurou os órgãos oficiais, fez um registro de ocorrência e chegou a pedir uma escolta, mas pode ser que tenha achado que o perigo havia passado. Queria preservar as filhas", disse.
O caso
Viviane Vieira do Amaral Arronenzi foi assassinada a facadas, diante das três filhas, na tarde de quinta-feira (24/12), na véspera de Natal, pelo ex-companheiro, o engenheiro Paulo José Arronenzi. O crime foi no bairro da Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Viviane era juíza do Tribunal de Justiça do Estado do Rio de Janeiro (TJRJ).
Um vídeo que circula nas redes sociais mostra o momento da ação. As três filhas de Viviane gritam e clamam para que o pai pare de agir, enquanto o homem desfere golpes na mulher caída ao lado de um carro.
Uma equipe da Guarda Municipal prendeu Paulo José, que não conseguia falar o que motivou o ataque. No carro dele, foram encontradas três facas, o que qualifica a ação como crime premeditado. Preso na Delegacia de Homicídios, o ex-marido permaneceu calado e falou que só se manifestará perante a Justiça.