Após a polêmica que envolveu as assinaturas de especialistas no primeiro plano nacional de imunização contra a covid-19 entregue ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Ministério da Saúde retirou alguns dos nomes de pesquisadores e professores no novo documento apresentado nesta quarta-feira (16/12).
No primeiro plano, a pasta colocava o nome de 147 pesquisadores como elaboradores do projeto. Já no novo documento, a pasta informa apenas o nome de 37 organizadores. Mesmo assim, a participação dos demais colaboradores foi sintetizada no início do plano. "Este documento foi elaborado tendo por base as discussões desenvolvidas pelos grupos técnicos no âmbito da Câmara Técnica Assessora em Imunização e Doenças Transmissíveis de acordo com a Portaria nº 28 de 03 de setembro de 2020", diz o texto.
Ainda sem citar nomes e instituições, em um discurso inicial, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, informou que cerca de 140 profissionais trabalharam no plano. “Aqui vai um agradecimento a todos os especialistas que participaram na construção desse plano. Cerca de 140 especialistas do Brasil inteiro trabalharam nesse plano”, indicou Medeiros.
Carta ao STF
Nessa terça-feira (15), a Associação Brasileira de Saúde Coletiva (Abrasco) enviou uma carta ao STF em protesto à inclusão de nomes de professores e pesquisadores como colaboradores na elaboração das programações. No documento, a associação alega que as citações foram feitas de maneira incorreta e em condição ambígua.
"O acolhimento de recomendações técnico-científicas ocorreu em graus variados e sempre ancilares. Pelo exposto, a presença de seus nomes, na condição ambígua de elaboradores ou colaboradores, pode permitir a incorreta interpretação do seu envolvimento e, portanto, responsabilidade pela autoria do trabalho apresentado", justifica a carta.