Covid-19

Campanha de vacinação será definida somente após registro da Anvisa

Sem citar nomes, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, ainda afirmou que as produções da Pfizer e da Moderna não devem fazer parte do programa de imunização

Enquanto países europeus e os Estados Unidos estimam começar a distribuição das vacinas contra a covid-19 antes mesmo do Natal, as definições de uma campanha nacional de imunização no Brasil só devem ser consolidadas pelo governo após o registro das candidatas pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). É o que adiantou o secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, Arnaldo Medeiros, em coletiva desta terça-feira (1º/12).

"É fundamental pensarmos que esse plano operacional para a vacinação da covid-19 só ficará definitivamente pronto, fechado, quando tivermos uma vacina, ou mais de uma, que esteja registrada na Anvisa. Para isso, ela precisa mostrar dados de segurança e eficácia para a população", disse.

O problema é que ainda não há nenhum envio do dossiê completo das vacinas e, quando houver, a agência ainda terá 60 dias para a análise. Medeiros afirmou, no entanto, que isso não significa que o assunto não esteja sendo trabalhado pela pasta, no âmbito da Câmara Técnica Assessora em Imunizações e Doenças Transmissíveis.

"Nós estamos avançando com o plano de imunização para covid-19 e devemos ter os resultados ainda esta semana sobre os 10 eixos", completou Medeiros. Apesar da falta de detalhes, a pasta já adiantou que a intenção é priorizar idosos e profissionais da saúde.

Ainda durante a coletiva programada para falar sobre dados e ações de combate à Aids, Medeiros indicou que as vacinas com tecnologia RNA não devem fazer parte da realidade brasileira, devido às baixas temperaturas necessárias para o armazenamento. "Desejamos que a vacina seja fundamentalmente termoestável por longos períodos, em temperaturas de 2 a 8 graus, porque a nossa rede de frios é montada e estabelecida com essa temperatura".

Nesse cenário, ficariam de fora as candidatas da Pfizer e da Moderna. As duas são justamente as iniciativas mais avançadas no mundo. Representantes das farmacêuticas já entraram com pedidos de uso da vacina na Europa, em caráter emergencial. A Agência Europeia de Medicamentos deve enviar resposta até o fim de dezembro, no caso da Pfizer; e meados de janeiro, para a Moderna. A eficácia dos produtos, segundo divulgação preliminar, é de 95% e 94%, respectivamente.

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