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São Paulo e governo federal travam nova guerra, agora, por seringas

Para lidar com a ameaça de nada ter em estoque, o governo conta com um repasse de 40 milhões de seringas e agulhas por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), via Covax Facility até março

Correio Braziliense
postado em 19/12/2020 06:00
 (crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)
(crédito: Minervino Junior/CB/D.A Press)

Para imunizar a população contra a covid-19, além das doses, serão necessários suportes básicos como seringas e agulhas. Esses insumos, porém, já são armas na guerra política entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador João Doria. Com escassez no mercado, dentro e fora do Brasil, empresas fornecedoras poderão decidir se oferecem seus produtos para o governo federal ou o governo de São Paulo, que têm licitações abertas para aquisições.

Em edital publicado no Diário Oficial da União (DOU), esta semana, o Ministério da Saúde anunciou que pretende adquirir 300 milhões de kits com seringas e agulhas para a imunização contra a covid-19, mas deixou para fazer os pedidos na segunda quinzena do último mês do ano, permitindo que as entregas se deem até o fim de 2021. O repasse escalonado é um pedido dos próprios fornecedores devido à escassez dos insumos para fabricação. A pasta, porém, havia sido procurada em julho pela Associação Brasileira da Indústria de Artigos e Equipamentos Médicos e Odontológicos (Abimo), mas só começou a se movimentar em dezembro.

Para lidar com a ameaça de nada ter em estoque, o governo conta com um repasse de 40 milhões de seringas e agulhas por parte da Organização Mundial da Saúde (OMS), via Covax Facility até março. Há a possibilidade de a entrega ser feita antes, o que pode contribuir para o início da campanha nacional de vacinação contra a covid-19, esperada para fevereiro.

Já o governo paulista, que tem se antecipado às ações federais ao colocar a vacinação como prioridade de gestão, saiu na frente, mas viu três licitações fracassarem por questões relacionadas a preços. Os dois primeiros pregões foram cancelados por serem os valores acima do estipulado, e o terceiro, que solicitava 50 milhões de kits em 30 dias, não obteve adesão pela dificuldade de entrega em tempo exíguo, como alegaram os fornecedores.

A saída foi fatiar a intenção de compra de quase 30 vezes para conseguir os insumos. Em estoque, o governo estadual afirma ter 11 milhões de seringas e agulhas para iniciar a imunização. (BL e MEC)

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