Mesmo registrando uma melhora anual no Índice de Desenvolvimento Humano (IDH), o Brasil caiu cinco posições e ocupa a 84ª posição no ranking global, que compara a situação de 189 países. O relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (Pnud), divulgado hoje, traz uma análise inédita, colocando em debate a pressão do homem sobre os recursos naturais do planeta para promover avanços. Antes, as dimensões básicas consideradas se limitavam à renda, educação e saúde.
No novo índice ambiental, o Brasil melhorou 10 posições globais. Já países que exploram mais seus recursos naturais, apesar de se destacarem no IDH geral, caíram. É o caso da China, que desceu em 16 colocações.
A análise considera o progresso humano, colocando na balança as emissões de dióxido de carbono e o consumismo das diversas sociedades dos países, algo que o Pnud considera ser um crescimento e desenvolvimento à custa do equilíbrio planetário. “Como este relatório mostra, nenhum país no mundo atingiu um desenvolvimento humano muito alto sem colocar uma pressão enorme sobre o planeta, mas podemos ser a primeira geração a corrigir este erro. Esta é a próxima fronteira do desenvolvimento humano”, afirmou Achim Steiner, administrador do Pnud.
Acrescentar o IDH ajustado pelas pressões planetárias, segundo o representante-residente adjunto do Pnud no Brasil, Carlos Arboleda, “faz justiça ao trabalho desenvolvido pelo Brasil e à diferença entre os países desenvolvidos e os seus padrões de consumo”. No valor geral, o IDH brasileiro aumentou 0.003, de 0.762, em 2018, para 0.763, em 2019.
IDH geral
No valor geral, o IDH brasileiro aumentou 0.003, de 0.762, em 2018, para 0.763, em 2019. “As melhorias são constantes, ainda que de forma mais lenta. Perde-se posições na tabela em consequência da melhoria mais acentuada de outros países, no comparativo à performance brasileira […]. Podemos dizer que tivemos um crescimento lento e que não expressa uma melhoria significativa no desempenho do IDH Brasil”, destaca a coordenadora da Unidade de Desenvolvimento Humano do Pnud Brasil, Betina Barbosa.
Ainda que não tenha havido nenhum regresso de um ano para o outro, ao ajustar o IDH total à desigualdade, o país tem perda de 0,57, que se reflete em um decréscimo de 25,5% no resultado final. O índice coloca o Brasil acima da média de disparidade da América Latina e Caribe. Na região, as perdas giram em torno de 17,9%.
Os números do novo relatório não avaliam, no entanto, os impactos da pandemia da covid-19. As projeções dão conta de que, ao contrário do histórico de progressos, em 2020, em razão da crise de saúde global, haja uma quebra da curva ascendente. “Na minha avaliação, esse ano, se não fosse pela pandemia, teríamos para o próximo relatório um desempenho ainda melhor no IDH. Mas o fator pandemia dificulta essa análise futura”, pondera Betina.
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