Covid-19

Doria pressiona governo por vacinação: 'Parem de menosprezar os mortos'

Governador de São Paulo afirmou que nos últimos dias tem visto novos exemplos de negacionismo no governo Bolsonaro

Bruna Lima
Maria Eduarda Cardim
postado em 14/12/2020 14:07 / atualizado em 14/12/2020 14:08
 (crédito: Governo do estado de Sao Paulo)
(crédito: Governo do estado de Sao Paulo)

O governador de São Paulo, João Doria, voltou a pressionar o governo federal para a definição de uma data para a vacinação nacional contra a covid-19 nesta segunda-feira (14/12). Na ocasião, Doria criticou o fato de o Plano Nacional de operacionalização da vacinação contra a covid-19, divulgado na sexta-feira (11), não detalhar quando ocorrerá o início da campanha. "O Brasil quer menos política e mais vacina. Os brasileiros querem agilidade, querem proteção. O governo federal precisa correr pela vida", cobrou.

Outro motivo de descontentamento é o fato de a CoronaVac — vacina chinesa que, inclusive, está sendo produzida no Brasil em parceria com o Instituto Butantan — não estar entre as candidatas previstas no Programa Nacional de Imunização (PNI). "A nossa recomendação é que o Ministério da Saúde e o Palácio do Planalto acreditem na ciência dos cientistas, nos médicos e na vida, e comecem a vacinar os brasileiros agora em janeiro", pressiona Doria. A previsão do início da vacinação da população de São Paulo foi anunciada para 25 de janeiro.

Mesmo pedindo "menos política e mais vacina", o governador voltou a fazer críticas diretas ao presidente Bolsonaro, com quem trava uma briga política desde o início da pandemia. "Infelizmente, aqueles que até pouco tempo menosprezavam o vírus, classificando como 'gripezinha', agora, passaram a criticar o esforço para vacinação dos brasileiros. São os mesmos que imaginavam que iriam resolver e sanar a gravíssima crise de saúde do país com a cloroquina ou até mesmo com o histórico de atleta", criticou, fazendo referência ao presidente da República.

Conass

O presidente do Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) e secretário de Saúde do Maranhão, Carlos Lula, também expôs preocupação em relação à vacinação contra a covid-19 no Brasil. “Estamos de fato deveras preocupados. Todos os secretários de Saúde do país têm um único objetivo: imunizar o quanto antes toda a população”, reforçou.

Carlos Lula colocou o Conass como mediador para resolver qualquer tipo de divergência entre o governo de São Paulo e o Ministério da Saúde. “O que o Conass pretende é mediar esse conflito para que possamos o quanto antes iniciar a imunização de todos nós. O objetivo afinal é um só”, afirmou.

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