Em contraposição a Bolsonaro, Pazuello diz que pandemia não acabou

O Brasil deve ultrapassar a marca de 180 mil mortes nesta sexta-feira (11/12), já que, em média, o país registra 642 óbitos por dia e, até o momento, acumula 179.765 mortes

Maria Eduarda Cardim

postado em 11/12/2020 16:30 / atualizado em 11/12/2020 16:39

(crédito: Evaristo Sá/AFP)

Um dia depois de o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) afirmar que o Brasil vive um “finalzinho de pandemia” do novo coronavírus, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, contrariou o chefe do Executivo ao reforçar que a pandemia ainda não acabou. A afirmação foi feita nesta sexta-feira (11/12), durante a inauguração da Maternidade Célia Câmara, em Goiânia, da qual também participaram o governador de Goiás, Ronaldo Caiado (DEM), e o prefeito de Goiânia, Iris Rezende (MDB).

"A pandemia não acabou. Ela prossegue, vamos conviver com o coronavírus. Vamos chegar próximo a uma normalidade quando tivermos as vacinas, os antivirais que combatem efetivamente a doença", disse Pazuello.

O Brasil deve ultrapassar a marca de 180 mil mortes nesta sexta-feira (11/12), já que, em média, o país registra 642 óbitos por dia, de acordo com o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass), e até o momento acumula 179.765 mortes. Esta semana, o país voltou a registrar mais de 800 mortes em 24 horas. A última vez que o Brasil ultrapassou este patamar nas atualizações diárias foi em 14 de novembro.

O Conass também indica que, em média, 42.102 infecções pelo novo coronavírus são contabilizadas por dia. O aumento de infecções e mortes já é visto desde a 47ª semana epidemiológica.

Durante o evento em Goiânia, Pazuello usou quase todo o tempo para falar sobre a vacinação e indicou que “nenhum estado da Federação será tratado de forma diferente". O governador de São Paulo, João Doria, anunciou na última segunda-feira (7/12), que a campanha de imunização contra o novo coronavírus começará em 25 de janeiro com a vacina CoronaVac, apesar da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) ainda não ter registrado nenhuma vacina.

Ainda hoje, o governador do estado de Goiás, Ronaldo Caiado, afirmou que o governo federal prepara uma medida provisória para tratar da “centralização e distribuição igualitária” das vacinas contra a covid-19. De acordo com Caiado, a informação foi passado pelo próprio ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que se reuniu com o governador nesta sexta.