CRIME

Depois de Criciúma (SC), cidade do Pará vive madrugada de medo

Cametá foi cenário de roubo a agência bancária em ação semelhante à da madrugada de terça-feira realizada em Santa Catarina um dia antes

Edis Henrique Peres*
Bruna Pauxis*
postado em 02/12/2020 15:37 / atualizado em 02/12/2020 17:14
 (crédito: Reprodução/Twitter)
(crédito: Reprodução/Twitter)

Cidade do interior do Pará foi alvo de ação parecida com a de Criciúma na madrugada desta quarta-feira (2/12). A ação foi realizada por pelo menos 10 criminosos que assaltaram uma agência do Banco do Brasil em Cametá, cidade a 235 km de Belém. A quadrilha utilizou reféns como escudo humano e atacou o 32° Batalhão da Polícia Militar do Pará.

Um dos reféns, identificado como Alessandro de Jesus Lopes Moraes, foi morto. Outro morador foi atingido na perna e está internado, mas sem risco de morte. Os assaltantes começaram a ação por volta da meia-noite desta quarta-feira, com armas de alto calibre, como fuzis, e também explosivos. Ao todo, o assalto durou cerca de 1 hora e meia.

Os bandidos utilizaram a mesma tática aplicada em Criciúma: ataque ao batalhão de polícia para impedir a saída dos policiais e o uso de reféns como escudo. A fuga foi feita com carros e também barcos (Cametá está localizada às margens do Rio Tocantins).

Pelas redes sociais o atual prefeito, Waldoli Valente, lamentou a morte de Alessandro e disse confiar nas forças de segurança do estado para retomar a paz e a segurança de Cametá. “Nossa cidade sempre foi pacífica e peço a todos que fiquem em casa”, escreveu.

O governador do estado do Pará também se manifestou e disse que não serão medidos esforços para que os criminosos sejam presos e a tranquilidade volte para a cidade. “Minha total solidariedade ao povo camataense”, finalizou.

“Novo cangaço"

O especialista em segurança pública Leonardo Sant’Anna explica que crimes como os ocorridos em Criciúma e Cametá não são comuns, pois necessitam de altos investimentos. “É preciso um grande investimento e um longo planejamento. E as armas, munições e demais materiais para realizar o crime são difíceis de serem adquiridos”, ressaltou.

Esse tipo de ação criminosa, segundo ele, é conhecida como “novo cangaço" e se caracteriza pelas ações rápidas, com muitos disparos e violência, com uso de reféns e explosivos.

Início das investigações

O governador Helder Barbalho visitou a cidade esta tarde e conferiu os estragos causados pelos bandidos. Em entrevista, disse que Polícia Militar, Polícia Civil e o Centro de Perícias Científicas (CPC) Renato Chaves já iniciaram as investigação para que seja possível esclarecer o ocorrido de forma mais rápida possível.

“O centro de perícia já está no local para periciar e identificar digitais que levem à elucidação desses crimes, da mesma forma, visualizando câmeras de monitoramento em comércios na cidade que possam esclarecer a presença de indivíduos suspeitos. O banco também está preservando as imagens para a investigação”.

Mãos abanando

O governador ressaltou que a quadrilha não conseguiu levar qualquer quantia do banco. “O que por um lado é bom, mas que também significa que temos que estar alertas porque uma quadrilha como essa, quando faz uma operação dessa dimensão, gasta muito dinheiro. Por isso temos que estar alertas e atentos nessa região para evitar que eles tentem uma nova ação em outros municípios”, revela.

Helder Barbalho também disse que as agências de inteligência têm bastante êxito ao evitar esse tipo de crime. “Fazendo uma comparação, em 2018, tivemos 19 assaltos a bancos, 15, em 2019; e este é o terceiro assalto a banco em 2020. Portanto as ações de inteligência têm inibido e evitado que ações como essas de quadrilhas especializadas em assaltos a bancos possam continuar existindo”.

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