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Assassinato de homem negro em supermercado gera revolta e pedidos por justiça

No Dia da Consciência Negra, usuários das redes sociais comentam o assassinato de João Alberto Silveira Freitas, um homem negro espancado até a morte em um supermercado de Porto Alegre

A morte de João Alberto Silveira Freitas, homem negro de 40 anos assassinado a socos e chutes na porta do supermercado Carrefour, em Porto Alegre (RS), comoveu internautas. Na manhã desta sexta-feira, (20/11), Dia da Consciência Negra, ao menos oito expressões relacionadas ao caso estão nos trending topics, lista de assuntos mais comentados no Twitter, entre elas "Carrefour", "#VidasNegrasImportam", #JustiçaPorBeto e "Até quando".

Um vídeo da agressão mostra os dois suspeitos, um de 24 anos e outro de 30, chutando e socando João Alberto até a morte na noite de quinta-feira (19/11). De acordo com informações preliminares, o crime foi precedido de uma discussão dentro do estabelecimento com uma funcionária, um segurança de uma empresa e um policial militar temporário.

Os dois homens que aparecem agredindo Alberto foram detidos e presos. A investigação trata o crime como homicídio qualificado. Uma testemunha disse que as agressões só cessaram quando João Alberto parou de respirar. A esposa dele assistiu ao crime, sem conseguir salvar o marido.

O supermercado disse que tomará as medidas necessárias para responsabilizar os envolvidos e romperá contrato com a empresa que fornece o serviço de segurança. Já a Brigada Militar afirmou que prendeu os envolvidos, "inclusive o PM temporário, cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei" (leia as notas abaixo).

O que diz o Carrefour:

"O Carrefour informa que adotará as medidas cabíveis para responsabilizar os envolvidos neste ato criminoso. Também romperá o contrato com a empresa que responde pelos seguranças que cometeram a agressão. O funcionário que estava no comando da loja no momento do incidente será desligado. Em respeito à vítima, a loja será fechada. Entraremos em contato com a família do senhor João Alberto para dar o suporte necessário.

O Carrefour lamenta profundamente o caso. Ao tomar conhecimento deste inexplicável episódio, iniciamos uma rigorosa apuração interna e, imediatamente, tomamos as providências cabíveis para que os responsáveis sejam punidos legalmente. Para nós, nenhum tipo de violência e intolerância é admissível, e não aceitamos que situações como estas aconteçam. Estamos profundamente consternados com tudo que aconteceu e acompanharemos os desdobramentos do caso, oferecendo todo suporte para as autoridades locais."

O que diz a Brigada Militar

"Imediatamente após ter sido acionada para atendimento de ocorrência em supermercado da Capital, a Brigada Militar foi ao local e prendeu todos os envolvidos, inclusive o PM temporário, cuja conduta fora do horário de trabalho será avaliada com todos os rigores da lei. Cabe destacar ainda que o PM Temporário não estava em serviço policial, uma vez que suas atribuições são restritas, conforme a legislação, à execução de serviços internos, atividades administrativas e videomonitoramento, e, ainda, mediante convênio ou instrumento congênere, guarda externa de estabelecimentos penais e de prédios públicos. A Brigada Militar, como instituição dedicada à proteção e à segurança de toda a sociedade, reafirma seu compromisso com a defesa dos direitos e garantias fundamentais, e seu total repúdio a quaisquer atos de violência, discriminação e racismo, intoleráveis e incompatíveis com a doutrina, missão e valores que a Instituição pratica e exige de seus profissionais em tempo integral."

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