Armadeira

Receita afasta auditores suspeitos de envolvimento em fraudes

Ruy Mario Medeiros Cascardo e Oscar Luiz Vieira Ferreira foram são alvos da Operação Armadeira 2, deflagrada hoje pela Polícia Federal, pelo Ministério Público Federal e pela Receita

A Receita Federal dispensou dois auditores fiscais de suas atividades comissionadas da Delegacia do Rio de Janeiro. Ambos foram alvos da Operação Armadeira 2, deflagrada nesta quarta-feira (18/11) pela Polícia Federal, Ministério Público Federal e Receita, para investigar um esquema de arrecadação de propina no âmbito da Superintendência da Receita na 7ª Região Fiscal.

Segundo a portaria publicada em edição extra do Diário Oficial da União, a Receita está dispensando o auditor Ruy Mario Medeiros Cascardo da função de chefe da equipe de fiscalização 1 da Delegacia da Receita do Rio II; e o auditor Oscar Luiz Vieira Ferreira do encargo de substituto eventual de chefe de equipe de gestão do crédito tributário e do direito creditório 6 da mesma delegacia do Fisco no Rio.

A operação de mais cedo cumpriu 46 mandados de busca e apreensão em empresas e residências de envolvidos no esquema, auditores fiscais, empresários e contadores. As ordens foram expedidas pela 7ª Vara Federal Criminal do Rio de Janeiro que, em razão dos "fortes indícios da prática de atos de corrupção e de lavagem de dinheiro", determinou o bloqueio de bens dos investigados em mais de  R$ 519 milhões.

Ruy Cascardo e Oscar Luiz Vieira Ferreira foram alvo de pedidos de busca e apreensão criminal. Além disso, Cascardo teve o pedido de prisão preventiva feito pelo MPF.

Delação premiada

A investigação teve como ponto de partida informações prestadas pelo ex-integrante da Delegacia da Receita Federal da Barra da Tijuca, na capital fluminense, Alexandre Ferrari Araújo, em delação premiada após a primeira etapa da Operação Armadeira realizada em outubro do ano passado.

O agente revelou aos investigadores a existência de uma rede de servidores da Receita Federal no Rio envolvida em um suposto esquema de cobrança de propinas para deixar de fiscalizar e arrecadar impostos de empresas de grande porte com sede administrativa no Estado.

“É de se espantar a quantidade de agentes públicos supostamente envolvidos no esquema ilícito, o que demonstra que o esquema criminoso estaria entranhado por toda a Receita Federal no Rio de Janeiro”, escreveu o juiz Marcelo Bretas na decisão que autorizou as diligências