Integrantes da oposição reagiram à fala do presidente Jair Bolsonaro sobre a suspensão dos testes da CoronaVac, imunizante desenvolvido pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac. Em mais um capítulo de disputa política, Bolsonaro afirmou que tinha "ganhado" do governador de São Paulo, João Doria (PSDB).
Nesta segunda-feira (09/11), a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) suspendeu os testes da vacina no Brasil, após a morte de um voluntário – que, conforme se constatou, foi por suicídio e nada teve a ver com a CoronaVac. Em um comentário no Facebook, Bolsonaro alegou que o imunizante causava "morte, invalidez e anomalia".
"Morte, invalidez, anomalia. Esta é a vacina que o Dória queria obrigar a todos os paulistanos tomá-la. O presidente disse que a vacina jamais poderia ser obrigatória. Mais uma que Jair Bolsonaro ganha", publicou.
Em resposta ao presidente, Ciro Gomes (PDT), que concorreu às eleições presidenciais de 2018, disse que "cadeia é muito pouco para canalhas que fazem politicagem com vacina".
Já o governador do Maranhão, Flávio Dino (PC do B), disse que Bolsonaro "continua a ser o maior aliado do coronavírus" no Brasil.
Líder do Cidadania no Senado, a senadora Eliziane Gama (MA) também lamentou a fala de Bolsonaro e classificou a atitude do presidente como "absurda".
Sem correlação
No final da manhã desta terça-feira (10/11), o diretor do instituto Butantan, Dimas Covas, avisou que a morte do voluntário não teve relação com a vacina testada. "Foi um evento adverso grave, mas que não teve relação com a vacina. Essa informação foi repassada para a Anvisa no último dia 6. Fui surpreendido com a suspensão dos testes", afirmou Covas.
Por meio de nota, o PSDB lamentou a fala de Bolsonaro e afirmou que o presidente demonstrou "estar ao lado do vírus". "A atitude do presidente é mais uma prova de que coloca suas pretensões políticas acima de todos e realmente não se importa com a vida dos brasileiros. Cada vez mais ele parece estar ao lado do vírus", argumentou a legenda do governador de São Paulo.