Cristy Zabaleta, 43 anos, é uma colombiana que está, há dois anos, tentando reaver o filho. Em 2018, o pai trouxe o menino, com cinco anos na época, para visitar a avó materna no Brasil na cidade de Caçapava, interior de São Paulo. A criança ficou com o ex-marido e pai do menino, que tinha prometido enviá-lo novamente à Colômbia – onde morava com a mãe. Porém, isso nunca aconteceu.
Após perceber que o ex-marido não enviaria a criança de volta à Colombia, Cristy iniciou, em abril de 2019, um processo para reaver o filho. Em 26 de outubro deste ano, a sentença saiu e a Justiça brasileira determinou que o pai devolvesse o menino para a mãe.
De acordo com Cristy, dada a decisão, nesta segunda-feira (3/11), agentes federais foram até a residência do homem para buscarem o menino, porém, ao chegarem no local, constataram que nenhum dos dois se encontrava na casa.
Segundo a colombiana, um familiar informou que o pai tinha saído com a criança, agora com sete anos, e levado malas. "Estávamos casados desde 2012, mas, por problemas pessoais, optamos pelo divórcio em 2018. Foi quando trouxemos nosso filho para visitar a avó e os dois ficaram no país. Eu voltei à Colômbia. Acreditava que meu filho iria também, alguns dias depois. Porém, isso não aconteceu", diz Cristy.
O ex-marido de Cristy é brasileiro e mora em Caçapava. A colombiana pede ajuda para encontrar o filho. "Os familiares dizem que não sabem onde eles podem estar. Estou esperando que a 1ª Vara Federal de São José dos Campos ordene uma busca pela Polícia Federal e também a busca pela Organização Internacional de Polícia Criminal (Interpol)", diz Cristy. "Tudo que quero é achar meu filho", afirma.
Decisão judicial
Ao Correio, uma fonte da Advocacia-Geral da União (AGU) confirmou a existência do processo de Cristy contra o ex-marido. No entanto, a ação corre em segredo de Justiça.
Segundo Cristy, agora, ela aguarda que as autoridades localizem a criança. Em uma postagem nas redes sociais, ela contou um pouco da história. "Peço, mais do que nunca, orem pelo meu filho", diz o texto que Cristy publicou.
O outro lado
A defesa do homem afirmou, por meio de nota, que o pai "sempre esteve de posse dos documentos de autorização de viagem da criança firmados pela genitora e sem imposição de data de regresso das duas nacionalidades do menor, tanto a brasileira quanto a colombiana". Além disso, diz que nehum momento o pai se recusou a devolver a criança. "Ele fez um acordo verbal ao qual a genitora descumpriu", diz o texto.
A defesa ainda diz que o homem não é procurado pela Interpol e não houve intimação sobre decisão judicial de busca do menino. "A criança que já estava morando há 2 anos com o pai, e não teve seu direito garantido de ao menos ter um processo de readaptação com a mãe. Inclusive a genitora veio visitar o menor no Brasil e sabia o endereço fixo do genitor onde o menor também residia. Em nenhum momento o genitor escondeu o menor ou ocultou o paradeiro dos dois. A genitora mantinha contato via skype e whatsapp com o menor diariamente ou quando era de sua vontade", completa a nota.