A Secretaria Municipal de Saúde do Rio (SMS) confirmou nesta terça-feira, (3/11), mais uma vítima do incêndio no Hospital Federal de Bonsucesso (HFB), que aconteceu no dia 27 de outubro. A mulher, de 61 anos, morreu na noite de domingo, (1º/11). Ela usava respirador e estava em estado muito grave.
De acordo com a pasta, a rede municipal recebeu 44 pacientes transferidos do HFB, dos quais 21 permanecem internados e outros 19 tiveram alta médica, sendo a mais recente neste domingo. Quando o incêndio começou havia 162 pacientes internados no Prédio 1, que abrigava a enfermaria e o Centro de Terapia Intensiva (CTI). Oito deles faziam tratamento contra a covid-19.
No fim de semana, outras duas mortes foram confirmadas. Uma menina, de apenas 1 ano, que estava em estado grave por causa de uma pneumonia morreu no sábado, no CTI neonatal do Instituto de Puericultura e Pediatria Martagão Gesteira (IPPMG), na Ilha do Fundão. Ciro Amorim Segtovich, de 93 anos, morreu na manhã de domingo no Hospital de Campanha do Riocentro, para onde foi levado após o incêndio.
O incêndio
O fogo começou no prédio 1 da unidade, no qual se localizam as enfermarias e o CTI. Os bombeiros foram acionados por volta das 9h50 e mobilizaram, ao longo do dia, 12 quartéis. Ainda não se sabia a causa exata do incêndio até o fechamento desta edição, mas ele se deu no subsolo do edifício. Ali, havia um almoxarifado com fraldas geriátricas e papéis — materiais de fácil combustão. “Conseguimos evacuar os pacientes antes que o fogo e a fumaça chegassem à enfermaria”, afirmou o porta-voz do Corpo de Bombeiros, Lauro Botto.
Os pacientes foram retirados e levados ao prédio 2 e a outras unidades de saúde. Do total de removidos, 162 foram para o outro prédio, enquanto 66 foram colocados em ambulâncias e seguiram para as demais unidades. Havia oito pacientes infectados pelo coronavírus, incluindo as duas mulheres que morreram.
O secretário de Defesa Civil, coronel Leandro Monteiro, afirmou que o hospital funcionava de modo inadequado. Havia duas notificações e dois autos de infração no Corpo de Bombeiros sobre as más condições da unidade. “É muito difícil, quase impossível, interditar um hospital com quase 600 leitos”, disse. A Polícia Federal abriu um inquérito na última quarta-feira, (28/10), para apurar as causas da tragédia.