Um grupo de manifestantes se reuniu na porta da unidade do Carrefour no Centro de Belo Horizonte, a partir das 15h desta sexta-feira (20). Após gritos de "assassinos" e "racistas", a unidade fechou as portas e os clientes tiveram que sair por uma pequena fresta.
O ato público na capital mineira foi organizado pelos mandatos da deputada Andréia de Jesus, vereadora Iza Lourença (eleita neste mês) e pelo Núcleo Rosa Egipcíaca (Negras, Negros, Indígenas), do Psol.
Assim como em outras cidades brasileiras, o protesto foi convocado em Belo Horizonte após o espancamento que levou à morte de um cliente negro em uma unidade do supermercado Carrefour em Porto Alegre (RS). João Alberto Silveira Freitas, de 40 anos, foi agredido e morto por um segurança e um policial militar.
Um vídeo do crime circula nas redes sociais desde a noite de quinta-feira, véspera do Dia da Consciência Negra.
"Parem de nos matar", ecoou Iza Lourença, vereadora eleita neste ano ano. "Eu queria muito que o dia da Consciência Negra fosse marcado por felicidade. Infelizmente estamos falando de dor e morte. Exigindo pela nossa vida", disse, emocionada.
Natalia Granato, do Movimento “Juventude, Vamos à Luta” relatou casos cotidianos de discriminação que a população negra sofre e ressalta a importância da celebração do dia da consciência negra para evidenciar a necessidade de se discutir o racismo na sociedade brasileira. Granato espera que a população branca indignada apoie e participe dos atos antirracismo.
“Aqui em BH, se a gente se senta na Praça Sete pra esperar alguém, a Polícia chega, bate e discrimina o tempo inteiro. O que aconteceu ontem (quinta-feira, 19) em Porto Alegre mostra porque a gente precisa do dia 20 de novembro. A gente está cansado e a gente precisa que, inclusive a mídia, trate a pauta negra para além do dia 20 de novembro”, declarou.
Entenda o caso
O homem foi espancado e morto por dois homens brancos no estacionamento do Carrefour Passo D'Areia, na zona norte da capital gaúcha. Informações preliminares apontam que um dos agressores é segurança do local e o outro é um policial militar temporário que fazia compras no local. Seguem as investigações. Ambos foram detidos.
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