SAÚDE

Butantan diz não ter sido comunicado sobre cancelamento de acordo da CoronaVac

Segundo instituto que desenvolve vacina contra covid-19 em parceria com empresa da China, governo ainda não apresentou comunicação formal para cancelar protocolo assinado semana passada

Apesar de o presidente Jair Bolsonaro ter determinado na última semana o cancelamento de um protocolo assinado pelo Ministério da Saúde com o Instituto Butantan que firmou a intenção do governo federal em adquirir 46 milhões de doses da CoronaVac, vacina em desenvolvimento contra o novo coronavírus pelo Butantan em parceria com a empresa chinesa Sinovac, o instituto informou que ainda não foi notificado com nenhum documento oficial sobre a suspensão do acordo.

Em nota enviada ao Correio nesta sexta-feira (30/10), o órgão comunicou que "até o momento, o Butantan não recebeu nenhuma comunicação formal por parte do Ministério da Saúde sobre o protocolo de intenções assinado durante reunião com governadores de 24 estados brasileiros realizada em 20 de outubro". Ou seja, o acordo ainda é válido.

Na semana passada, Bolsonaro declarou pelas redes sociais e em entrevistas à imprensa que não compraria a vacina da China e desautorizou o texto que havia sido assinado pelo ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, que garantiria a compra das doses da vacina no caso de a CoronaVac receber o certificado da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).

Como ainda não houve a revogação oficial pelo governo, o Butantan disse estar na expectativa de que o Ministério da Saúde adquira as doses da vacina, apesar das constantes declarações de Bolsonaro que não vai usar recursos da União com o imunizante. Segundo o instituto, "a CoronaVac demonstra-se a vacina mais segura em comparação a outras vacinas em teste para covid-19, e apresenta menor percentual de efeitos colaterais nos resultados obtidos até o momento".

Compromisso

Segundo o Butantan, o Governo de São Paulo, que é responsável pelo instituto, quer "disponibilizar aos brasileiros uma vacina comprovadamente segura, após a conclusão de todos os estudos clínicos e as devidas aprovações nos órgãos regulatórios, como a Anvisa".

"Assim, espera que o Ministério da Saúde honre o compromisso assumido publicamente, adquira o imunizante e garanta uma vacinação gratuita, segura e eficaz para proteger a população", reforçou o instituto.

A reportagem entrou em contato com o Ministério da Saúde, mas não obteve retorno até a publicação desta matéria. O espaço segue aberto para manifestação.

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