O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), afirmou, ontem, em coletiva de imprensa, que o medicamento nitazoxanida, vermífugo cujo nome comercial é Annita, é eficaz no tratamento da covid-19. A responsável pelo Estudo Clínico do MCTI, Patrícia Rocco, doutora e professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), explicou que a pesquisa foi feita no modelo duplo-cego, ou seja, nem médico nem paciente sabiam qual medicação estava sendo utilizada.
Para Marcos Pontes, ministro da MCTI, encontrar o medicamento significa diminuir o contágio. “Podemos ajudar a reduzir o problema, o medicamento é de baixo custo, ele não tem efeitos colaterais sérios, ou seja, é seguro usar”, disse. No entanto, ressaltou que a nitazoxanida não pode ser usada para prevenção, pois não é profilático, e deve ser usado apenas depois da detecção do vírus.
Os voluntários foram divididos em dois grupos, um recebeu placebo, o outro, a nitazoxanida. “A nitazoxanida, em comparação com o placebo, acarretou, ao final da terapia, redução significativa da carga viral em um maior número de pacientes”, declarou a pesquisadora.
Segundo o estudo, nitazoxanida apresentou 94% de capacidade de inibir o novo coronavírus em laboratório. A redução da carga viral apresentada pelo medicamento “implica em menor gravidade (da doença) e em menor transmissibilidade do vírus”, sustentou Patrícia.
No entanto, outros detalhes do estudo não foram disponibilizados, pois, segundo a pesquisadora, os resultados do estudo estão embargados para uma revista internacional que exige o ineditismo para publicação.