O diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, afirmou que a Coronavac é a mais segura entre as que estão em desenvolvimento contra a covid-19 no mundo. A declaração foi dada durante a apresentação dos dados da segunda fase de estudos nesta segunda-feira (19/10). A vacina chinesa é desenvolvida pela Sinovac em parceria com o Butantan e teve testes em sete estados e no Distrito Federal.
Segundo Covas, os voluntários brasileiros tiveram reações leves, sendo as mais comuns dor no local da aplicação e cefaleia. Não foram apresentadas reações de grau 3, que são as mais graves. Apenas 0,1% dos voluntários tiveram febre. "A vacina Butantan é a mais segura em termos de efeitos colaterais. No total, ela tem uma ocorrência de efeitos colaterais somados em 35%, enquanto as outras não são inferiores a 70%", detalhou.
Os dados do Brasil são semelhantes ao exibidos por estudos realizados na China, no qual 94,7% dos mais de 50 mil voluntários que participam de teste não apresentaram efeito adverso. No Brasil, mais de 12 mil pessoas já foram vacinadas na fase de testes.
"Esses dados são extremamente relevantes do ponto de vista da segurança da vacina e isso pode ajudar a acelerar o processo para que o Ministério da Saúde aprove a vacina Butantan", comentou João Gabbardo, coordenador executivo do Centro de Contingência Covid-19 do governo de São Paulo.
Na entrevista, o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), adotou um tom mais cauteloso ao falar que ainda não é possível precisar quando as doses estarão disponíveis para a população. "Estamos otimistas, mas não podemos dar uma data precisa de quando vai acontecer. Esperamos que até o fim do ano”, declarou.
Ele também disse que negocia para que a vacina seja distribuída a todos os estados do Brasil. "A vacina do Butantan é a vacina do Brasil,desejamos que ela seja para todos os brasileiros, além dos brasileiros de São Paulo. Torcemos também para que possamos ter mais de uma vacina para imunizar no menor tempo possível a população", comentou Doria.
Na quarta-feira, o governador de São Paulo terá uma reunião com o presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para debater os avanços nos testes. Se a Coronavac se provar eficaz, São Paulo vai protocolar um pedido para liberação emergencial da campanha de vacinação.