A chuva chegou ao entorno da Serra do Cipó, no início da tarde desta terça-feira, para aliviar o forte calor e dar fôlego a brigadistas e moradores da região na luta contra o fogo que consome o verde da área. O Parque Nacional da Serra do Cipó, em Santana do Riacho, na Região Metropolitana de BH, arde em chamas há 10 dias.
O Estado de Minas teve acesso a imagens que mostram a emoção dos moradores por conta do temporal desta terça-feira (6). Pelo WhatsApp, brigadistas que atuam para conter o incêndio se emocionaram com a ajuda que veio do céu.
À reportagem, a corporação explicou que a intensidade e a duração da chuva, ocorrida nas proximidades da sede do parque, não foram suficientes para conter todos os focos de incêndio. Mesmo assim, o breve temporal deu “respiro” na batalha travada contra as chamas.
Para conter o fogo, o Corpo de Bombeiros tem mais de 100 profissionais atuando na área. Um helicóptero e duas aeronaves sobrevoam os espaços atingidos pelo incêndio para monitorar a situação.
Nesta terça, os Bombeiros iniciaram as atividades às 6h. De acordo com o boletim do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), divulgado às 10h, um sobrevoo foi feito antes da distribuição das equipes de combate às chamas.
Pontos de preocupação
A corporação se preocupa, sobretudo, com dois grandes focos do incêndio. Às 8h30, eles perceberam que o foco no setor Cânion das Bandeirinhas havia voltado a ganhar forças e ameaçava sair do controle. Bombeiros, brigadistas e voluntários fizeram um grande esforço no local e as aeronaves fizeram lançamentos de água sobre as chamas. Um helicóptero também é usado para reposicionar os combatentes nas novas linhas que surgem.
Em Bandeirinhas, há 35 militares e brigadistas atuando. De acordo com a corporação, embora sejam pequenos, os focos voltam a ganhar corpo de tempos em tempos.
Uma hora depois, os brigadistas ainda atuavam no combate direto às chamas no cânion. O setor era prioritário para o combate aéreo.
O segundo local onde a situação era complicada é o Alto Palácio. “Chamas se localizam em encostas e desfiladeiros do Vale do Rio do Peixe, impedindo uma operação segura de combate direto às chamas. Lançamentos de água estão sendo feitos para resfriar o setor. Os combatentes atacam as chamas toda vez que elas ressurgem nas margens do desfiladeiro. Essa operação exige concentração, paciência e muita atenção à segurança, mas os combatentes estão conseguindo manter o setor sob controle”, informou o ICMBio.
Segundo os Bombeiros, por ser um pequeno foco, a expectativa é que a aeronava utilizada na área seja suficiente para extinguir o fogo.
A edição do EM desta terça mostrou que o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) computou 1.470 focos ativos no estado somente neste começo de outubro – 53,8% da média histórica para o mês inteiro. Vale ressaltar que o balanço do Inpe diz respeito ao dia anterior, portanto o último domingo, ainda no quarto dia do mês.
Para efeito de comparação, em igual período de outubro de 2019, o Inpe computou 246 focos ativos em Minas, ou seja, houve um crescimento de 497,5% no mês até agora.
Colaborou Cristiane Silva.