SÃO PAULO

Professor é afastado de faculdade após denúncia de assédio em aula on-line

Afastamento de Willian Tristão deve durar 60 dias, enquanto instituição apura conduta. Em vídeo que circula pelas redes sociais, ele aparece pedindo para aluna ‘sem roupa’ abrir a câmera em troca de meio ponto

A Faculdade de Direito de Franca, do interior de São Paulo, afastou nesta sexta-feira (2/9) o advogado e professor Willian Tristão por 60 dias. Ele é alvo de uma sindicância para apurar um suposto ato de assédio contra uma aluna da instituição durante aula on-line.

Um vídeo que repercutiu pelas redes sociais esta semana mostra o momento em que o professor pede a uma aluna que ela abra a câmera ao saber que ela está nua. O docente ainda repete o pedido em troca de meio ponto na disciplina, o que é rejeitado pela jovem (veja vídeo abaixo). 

A instituição, por meio de nota, informou que dentro desses dois meses os fatos já terão sido apurados e o tempo de afastamento permite a ampla defesa do professor.

A universitária do curso de direito não registrou boletim de ocorrência. O Ministério Público enviou um ofício à Polícia Civil com pedido para instauração de inquérito.

Professor nega acusações

Em entrevista ao portal local de notícias de Franca GCN, o professor William Tristão negou as acusações e salientou que a “própria aluna não se sentiu assediada”.

"Em nenhum momento houve assédio. Amanhã (hoje) sairá uma nota minha, do vice-diretor da faculdade e da aluna esclarecendo a questão e desmentindo o diretório acadêmico, que irei processar por crime contra a honra", disse o docente ao portal. "A própria aluna me ligou e disse que não se sentiu assediada. Ela falou o mesmo para o vice-diretor."

O professor disse que conhece a aluna e a família dela, que todos têm uma amizade e que costuma fazer brincadeiras nas aulas. Completou, ainda, desmentindo um boato de que já havia sido demitido de outra instituição por acusações de assédio.

Também em entrevista, a aluna confirmou a versão do professor, negando qualquer assédio. Ela classifica que a situação foi "distorcida e tirada de contexto" e não quis se identificar pois já se sente exposta.

"Eu sou a ‘ofendida’ e ninguém escuta o que eu falo. Parece que só querem aparecer e prejudicar tanto a mim quanto a faculdade e o professor", afirmou.