Um desentendimento no trânsito quase terminou em tragédia no Bairro Santo Antônio, região Centro-Sul de Belo Horizonte. Um procurador de justiça de 59 anos tentou matar uma mulher de 53 após discussão em um semáforo. O caso aconteceu por volta das 22h dessa quinta (1º/10). O procurador foi preso e a mulher passa bem.
Segundo o boletim de ocorrência, a discussão começou no cruzamento entre a Rua Guaicuí e a Avenida Prudente de Morais. A mulher conta que estava no carro de trás do procurador quando o semáforo ficou verde e ele não arrancou. Ela conta que buzinou, mas que ele permaneceu parado. Em seguida, ela deu ré, parou com o veículo ao lado do dele e o chamou a atenção. A senhora seguiu viagem, pela Rua Mangabeira.
No caminho, a mulher percebeu que o procurador estava a seguindo. Ao chegar no portão da garagem de casa, o homem, de propósito, colidiu contra a traseira do carro dela. A mulher saiu do carro e a discussão começou. Completamente fora de si, o procurador começou a proferir xingamentos homofóbicos e machistas, até que tentou agredi-lá fisicamente.
Logo após as tentativas de agressão, o homem sacou uma arma do carro e ameaçou a mulher de morte. Ela gritou por socorro para vizinhos. A companheira dela, que estava no local, implorou para que o homem não fizesse nada. O procurador, então, fingiu que foi embora, mas se deslocou até a garagem do prédio e atirou contra ela, mas não acertou. Ela se escondeu atrás de uma pilastra.
O homem foi embora e a PM foi acionada. Ele foi localizado na Rua Santo Antônio do Monte, nas proximidades do local do crime, tentando fugir. Ele desacatou as ordens de parada até que os policiais conseguiram contê-lo com o uso da força, o imobilizando. No veículo, um Chevrolet Tracker, foi encontrada uma arma de fogo calibre 38 carregada. Na mochila dele, mais munições.
Com fortes sinais de embriaguez, o homem desacatou os policiais, os chamando de "bosta", e disse que processaria a PM, pois não poderia ser algemado, já que é um procurador. Encontrada a identificação de autoridade, as algemas foram retiradas.
Na versão do procurador, ele conta que estava em um restaurante na Rua Guaicuí quando foi xingado por uma mulher no sinal de trânsito. Disse que foi tirar satisfações, mas que não atirou voluntariamente.
O procurador se negou a fazer o teste do bafômetro e também não apresentou carteira de habilitação. Segundo o sistema do Detran, a CNH dele está vencida desde janeiro.
Os policiais fizeram contato com a Procuradoria Geral de Justiça de Minas Gerais, que encaminhou um outro procurador e um assessor. O caso foi encaminhado ao órgão do Ministério Público de Minas Gerais.
*Estagiário sob supervisão do subeditor Frederico Teixeira, do Estado de Minas