MEIO AMBIENTE

Pantanal: antes de fechar o mês, outubro tem recorde de queimadas

Foram registrados 2.825 focos de incêndio até esta quinta-feira (29/10), maior acumulado para o mês no histórico dos levantamentos

Bruna Lima
postado em 29/10/2020 17:36 / atualizado em 29/10/2020 17:36
 (crédito: Mayke Toscano/Secom-MT)
(crédito: Mayke Toscano/Secom-MT)

Mesmo antes de terminar, outubro de 2020 já bateu recorde histórico de queimadas no Pantanal para o mês. Segundo levantamento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), o bioma registrou, até quinta-feira (29/10), 2.825 focos de incêndio, um aumento de 16% em relação a outubro de 2019. Esta é a pior marca para o mês desde que o instituto passou a monitorar as chamas nos biomas brasileiros, em 1998.

Até então, o maior acumulado de incêndio no Pantanal em outubro tinha sido em 2002, quando foram somados 2.761 focos. Os números seguem a tendência de recordes do ano. Com 8.106 registros, setembro deste ano foi o mês em que mais o Pantanal queimou na comparação com todos os outros meses do ano na história do levantamento.

O alerta de que o bioma sofreria uma das piores perdas foi evidenciado em julho, que também extrapolou o máximo de registros até então, somando 1.684 focos. Já agosto de 2020, que somou 5.935 incêndios, só não superou a marca de 2005, quando o fogo atingiu 5.993 pontos.

Municípios

Da lista dos 10 municípios com o maior número de focos acumulados entre o início deste ano até agora, Corumbá (MS) aparece em primeiro lugar, com 7.985 pontos de queimada, um aumento de 55% em relação ao ano passado (5.166). Em segundo lugar, também referente ao bioma pantaneiro, está o município de Poconé (MT), cujo aumento entre 2020 e 2019 foi de 2.507%, passando de 200 focos para 5.214 este ano.

Faltando dois meses para fechar o ano, o Inpe contabilizou 21.084 queimadas no Pantanal de janeiro a outubro, um aumento de 165% ao comparar com o mesmo período de 2019, quando houve 7.939 focos. De acordo com a última nota técnica do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa) da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), do início do ano até 25 de outubro, das 35 Unidades de Conservação (UCs) do bioma, quatro tiveram 100% da área queimada e outras 11 tiveram perdas acima de 70%.

Em terras indígenas, Baía dos Guató teve mais de 17 hectares devastados pelo fogo, 90,5% do total. Tereza Cristina e Perigara perderam, consecutivamente, 84,1 e 82,4% das terras para o fogo.

Ao somar todas as chamas que atingiram o Pantanal, o Lasa calcula uma perda de 4.167.000 hectares, o que representa 28% do bioma. Isso equivalente, por exemplo, a mais de sete vezes o tamanho do Distrito Federal.

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