Após o Ministério da Saúde apresentar o cronograma de vacinação contra a covid-19 considerando apenas a distribuição da vacina de Oxford, o Conselho Nacional dos Secretários de Saúde (Conass) enviou um ofício, nesta quinta-feira (15/10), ao ministro da pasta, Eduardo Pazuello, solicitando a inclusão da Coronavac no Programa Nacional de Imunização.
O documento, assinado pelo presidente do Conass, Carlos Lula, alega que a candidata chinesa, segundo informações disponibilizadas pela Secretaria de Estado da Saúde de São Paulo, está em fase avançada de testagem, com a disponibilidade imediata, em dezembro, de 46 milhões de doses. Outras 54 milhões estão previstas até junho de 2021, totalizando 100 milhões de doses.
“Na reunião, restou declarado que as estratégias já formalizadas pelo Ministério com a vacina AztraZeneca, e pela iniciativa Covax Facility, não devem disponibilizar a vacina à população brasileira antes de abril de 2021”, detalha o ofício. Por isso, a solicitação é para que a pasta adote as medidas necessárias e imediatas para incorporação da vacina chinesa, produzida pela farmacêutica Sindovac e que conta com parceria do Instituto Butantan, que receberá a transferência tecnológica para produção nacional.
O pedido se extende a “quaisquer outras vacinas produzidas e testadas por outras indústrias, que possuam condições de eficácia, segurança e produção disponível para iniciar a vacinação da população brasileira no mês de janeiro de 2021, ou no menor espaço temporal possível”. Segundo o Conass, o enfrentamento assertivo à pandemia exige “a máxima pressa e celeridade na aquisição e disponibilização de vacinas à nação” e, por isso, cabe ao Ministério da Saúde o comando.
Questionado sobre a não inclusão da coronavac na apresentação de ontem, o Ministério da Saúde, destacou que já firmou duas parcerias, com o laboratório AstraZeneca e a Universidade de Oxford e com o consórcio Covax Facility. "A intenção é disponibilizar aos brasileiros, tão cedo quanto possível, uma vacina eficaz, em quantidade e qualidade para atender a população. Neste contexto, o Ministério está em constante avaliação de novas possibilidades e permanece em contato com o Butantan e outros institutos nacionais que buscam parcerias com laboratórios estrangeiros". Segundo a pasta, o imunizante que ficar pronto primeiro, desde que atendendo a todos os critérios de segurança e eficácia, será uma opção para aquisição.
O Governo de São Paulo pretende, ainda, firmar o acordo diretamente com o ministro Pazuello. O governador João Doria e o chefe da pasta se reunirão para discutir o assunto na próxima quarta-feira (21/10), conforme anunciou Doria em coletiva desta semana.
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