Com 8.106 focos de incêndio registrados somente em setembro, o Pantanal viu o mês passado fechar com um aumento de 180% nos incêndios em relação ao mesmo período do ano passado. Mas o dado é ainda mais chocante quando se compara a quantidade de queimadas, no mês passado, com as observadas em 2019: 10.025 foram contabilizadas. Ou seja, somente setembro registrou 80% das queimadas de todo o ano anterior.
Faltando três meses para fechar 2020, o bioma soma 18.259 focos, pior índice registrado desde o início do monitoramento do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998.
Além disso, setembro também registrou um aumento nos focos de 60,6% na Amazônia, em relação ao mesmo período no ano anterior. No bioma, a maioria das queimadas estão relacionadas ao desmatamento.
Fogo criminoso
Já no Pantanal, apesar de os incêndios estarem relacionados à seca e ao calor, que bateu recorde este ano, investigações da Polícia Federal apontam que o fogo que destruiu parte do bioma começou em quatro fazendas.
A situação atual chama a atenção de especialistas, que criticam o governo federal pela devastação. “O Brasil está em chamas. Da Amazônia ao Pantanal, o patrimônio ambiental de todos os brasileiros está se transformando em cinzas. A gravidade da situação é, sobretudo, reflexo da política anti-ambiental do governo Bolsonaro, que, apesar da previsão de um período mais seco no Pantanal, não empregou esforços para prevenir os incêndios”, critica Cristiane Mazzetti, da campanha de Amazônia e gestora ambiental do Greenpeace Brasil.
Ontem, a comissão temporária externa do Senado que acompanha as ações de enfrentamento aos incêndios no Pantanal aprovou convite ao ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, para que dê explicações sobre as medidas adotadas pelo governo para conter e prevenir as queimadas no bioma. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério do Meio Ambiente (MMA), o ministro comparecerá à convocação.
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