Um dos homens envolvidos no assalto ao Banco Central, que ocorreu em 2005, em Fortaleza, foi preso, nesta quarta-feira (30), pela Polícia Federal. Ele é acusado de envolvimento em um esquema de evasão de divisas montado pelo PCC. As investigações da Operação Rei do Crime apontaram que empresas de fachada, entrelaçadas com companhias reais, eram utilizadas para lavar dinheiro proveniente do tráfico de drogas.
De acordo com informações da PF, entre os proprietários das empresas fictícias está um dos envolvidos no grande assalto de Fortaleza. A investida criminosa contra o BC foi o segundo maior roubo da história, no qual R$ 164 milhões foram levados de uma só vez. Na ocasião, 36 pessoas participaram do golpe, sendo que 27 foram presas e outras assassinadas. O delegado Rodrigo de Campos Costa, chefe da investigação, afirmou que a participação do homem preso hoje, neste novo esquema, foi identificada ao se estabelecer um elo entre a morte de dois chefes da facção com o atual esquema.
Empresas do tráfico
Pelo menos 70 empresas estavam à serviço do tráfico de drogas; R$ 730 milhões foram bloqueados destas companhias e investigados. Mas as equipes policiais acreditam que os valores podem chegar a R$ 1 bilhão.
Ao todo, o esquema, que envolve a exploração de postos de gasolina e o fornecimento de combustíveis, movimentou R$ 30 bilhões. “Essa investigação teve a duração de aproximadamente um ano e meio e o estopim foram os assassinatos de Paca e Gegê do Mangue, duas lideranças da facção. Esses assassinatos tiveram ordem da liderança final, conhecido como Marcola (Marcos Herbas Camacho, preso em Brasília). Ele ordenou que a execução fosse feita por um integrante da baixada santista. Essas mortes dividiram a investigação”, disse.
De acordo com Costa, os assassinatos foram ordenados por Marcola, que está preso em Brasília, e uma aeronave foi utilizada no crime. “Neste crime, foi identificado um helicóptero. Na investigação sobre a aeronave, constatamos que a empresa que tinha a propriedade era fictícia. Fizemos uma pesquisa de evolução patrimonial do suposto dono desta empresa e percebemos que ele tinha a propriedade de diversas firmas de combustíveis. Identificamos um contador que atuava para ele e, a partir daí, tivemos acesso a vários registros de empresas, documentos financeiros, etc. Um foi preso no âmbito da Operação Transbordo, chefe da rede de cargas. Outro foi alvo da Operação Arepa. Essa pessoa da Operação Transbordo tinha um conglomerado de empresas, e uma delas era fictícia e pertencia à pessoa condenada por furto ao Banco Central”, completou.
A PF cumpriu 13 mandados de prisão preventiva, sequestrou 32 automóveis, nove motocicletas, dois helicópteros, um iate, três motos aquáticas, 58 caminhões. Joias, dinheiro em espécie e carros de luxo foram encontrados em endereços ligados aos investigados.