O grupo petroleiro francês Total anunciou nesta segunda-feira que transferiu para a Petrobras sua participação em um projeto de exploração no Brasil, localizado na foz do Amazonas e criticado há muitos anos por organizações de defesa do meio ambiente.
No início de setembro, a empresa anunciou o encerramento de seu papel como "operadora" nos cinco setores de exploração do local, um projeto ao qual estava associada desde 2013 com a britânica BP e a Petrobras.
Nesta segunda-feira, o grupo francês anunciou que "abandona" a bacia da Foz do Amazonas, após ter concluído um acordo com a Petrobras em 24 de setembro para "transferir sua participação em cinco blocos de exploração", localizados a 120 quilômetros da costa do Brasil.
Os blocos de exploração em questão são: FZAM- 57, FZA-M-86, FZA-M-88, FZA-M-125 e FZA-M-127.
Em dezembro de 2018, o Brasil negou a Total a licença ambiental para perfurações nos blocos, devido a "incertezas significativas" em caso de situações de emergência.
A imprensa mencionou na época "a possibilidade de vazamento de petróleo que poderia afetar os recifes de corais presentes na região, e por extensão a biodiversidade marinha".
A rejeição foi solicitada pelo Ministério Público e por grupos de defesa do meio ambiente.
A ONG Greenpeace afirmou que a Total "reativou recentemente o processo de aquisição de licenças para perfurar perto do Recife do Amazonas, um ecossistema único e vulnerável, ainda desconhecido".
O Greenpeace afirma que o grupo francês "apostou em Jair Bolsonaro, presidente de extrema-direita, que questiona a mudança climática, para reativar os projetos de perfuração no Brasil".