Covid-19

Saúde divulga guia de orientações para retorno das aulas presenciais

Manual divulgado pelo governo federal recomenda uso constante de máscara, distanciamento mínimo de um metro. Mas não menciona os procedimentos necessários em caso de infecção em uma unidade de ensino.

Após o presidente Jair Bolsonaro defender, ao longo da semana, o retorno das aulas presenciais no país, o Ministério da Saúde publicou, nesta sexta-feira (18/9), um guia com orientações para a abertura das escolas em todo o Brasil. Com 16 páginas, o documento traz recomendações gerais sobre quais medidas devem ser adotadas para evitar contágio pela covid-19 e como manter a limpeza dos ambientes.

"De forma resumida, ele informa à comunidade escolar sobre as formas de segurança, etiqueta respiratória, explica sobre o uso obrigatório da máscara facial, orienta sobre as regras de etiqueta de higiene, além de explicar como e por que ambientes devem ficar limpos e ventilados, com materiais de higienização acessíveis", indicou o secretário de Atenção Primária à Saúde, Raphael Câmara Parente.

O secretário ressaltou o repasse de R$ 454,3 milhões para apoiar essa retomada das aulas e justificou a publicação do guia. "É importante salientar que o Ministério da Saúde, ciente do seu papel, fez toda a orientação, para quando o gestor local decidir voltar, possa ser de forma segura", afirmou.

Apesar de dar orientações gerais — como a utilização constante de máscaras por estudantes e professores, limitação de interações em grandes grupos e o distanciamento físico de no mínimo um metro entre os estudantes dentro e fora das salas de aulas — o guia não deixa claro o que deve ser feito caso uma infecção seja detectada na escola.

Neste caso, o documento apenas recomenda que os profissionais e a comunidade escolar devem ser informados e as "atividades escolares devem ser reavaliadas", sem dar instruções para um possível rastreamento de contatos. O Ministério da Saúde informa que o guia foi discutido conjuntamente com o Ministério da Educação.

Questionado sobre o papel da pasta para embasar a decisão de governadores e prefeito no retorno das atividades, o secretário-executivo Élcio Franco afirmou que a principal orientação "é preservar vidas". Quanto à divulgação do guia, ele disse se tratar de mais uma orientação "que deverá ser seguida com bastante prudência, atendendo à decisão do gestor local, que deverá considerar a capacidade de resposta da rede de saúde — taxa de ocupação de leitos, como atender se houver adoecimento e a variação da curva epidemiológica".

"Temos que nos adaptar, como falou nosso ministro em seu discurso de posse, a uma nova realidade em que vamos absorver novos hábitos, como o da higienização das mãos, uso das máscaras, etiqueta respiratórias, manutenção de um distanciamento. Tudo isso, aliado a uma futura vacina que estamos prospectando. Mas nós não podemos parar de viver. Com toda a segurança possível, temos que iniciar essa retomada das atividades que são necessárias até para a nossa saúde mental", completou Élcio.