MONITORAMENTO

Mourão defende criação de agência para centralizar dados de desmatamento

Vice-presidente tem criticado o desempenho do Inpe, órgão do governo responsável pelos dados de queimadas e desmatamento no país

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão (PRTB), defendeu nesta sexta-feira (18/9) a criação de uma agência que centralize os dados de desmatamento, que seja mais eficiente e a um custo menor. A informação foi dita em uma transmissão ao vivo que discutia defesa da Amazônia.

“O nosso sistema, o Prodes e o Deter, são bons sistemas. Mas eles ainda têm falhas, ainda precisamos de uma agência, realmente, como existe nos Estados Unidos, que integre todos os sistemas que nós temos e, com isso, tendo um custo menor e sendo mais eficiente”, afirmou.

Os sistemas citados pelo presidente são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe) e fazem monitoramento de desmatamento na Amazônia Legal e no Cerrado. O Prodes elabora taxas anuais, consolidadas, do cenário; enquanto o sistema Deter informa os alertas de desmatamento de forma mensal.

O vice-presidente afirmou que foi criado um grupo de integração e proteção da Amazônia, dentro do Centro Gestor e Operacional do Sistema de Proteção da Amazônia (ligado ao Ministério da Defesa), que vem trabalhando de forma articulada e possui pessoas de todas as agências, citando Forças Armadas, ICMBio, Polícia Federal, Ibama, Inpe e outros órgãos. “Estão trabalhando integrados, mas nós precisamos avançar em uma agência que tenha essa capacidade de forma mais consistente e nos dê os alertas”, disse.

Acusações

Mourão, assim como o presidente Jair Bolsonaro, tem criticado o Inpe, órgão responsável por compilar e divulgar dados de desmatamento e de queimada nos biomas brasileiros. Nesta semana, ele acusou funcionários do órgão de fazerem oposição ao presidente. "É alguém lá de dentro que faz oposição ao governo. Eu estou deixando muito claro isso aqui. Aí, quando o dado é negativo, o cara vai lá e divulga. Quando é positivo, não divulga”, afirmou.

No ano passado, o comportamento do governo não foi diferente. Depois que dados do Inpe mostraram aumento da degradação da Amazônia, o presidente questionou os dados e a discussão culminou na demissão do ex-diretor do instituto, Ricardo Galvão.