Depois de afastar dois médicos do cargo de ministro da Saúde, o presidente Jair Bolsonaro optou por colocar o general do Exército Eduardo Pazuello no comando. Ele assumiu a pasta em 15 de maio, logo após a saída de Nelson Teich, de quem era secretário executivo.
Em maio, no primeiro dia dele no cargo, o número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil era de 14.817 e os casos confirmados, 218.223, segundo o próprio Ministério da Saúde. Nessa quarta-feira (16/9), o número chegou nas 134.174 mortes confirmadas e 4,4 milhões de casos, segundo o consórcio de veículos de imprensa. O total de vítimas cresceu nove vezes no período.
A primeira ação efetiva de Pazuello no cargo foi atender ao pedido de Bolsonaro que Luiz Henrique Mandetta e Teich, os dois antecessores, se recusaram: recomendar a cloroquina para todos os pacientes de covid-19. Em documento divulgado em 20 de maio, o ministério orientou a prescrição do medicamento desde os primeiros sinais da doença, apesar de vários estudos terem mostrado a falta de eficácia do medicamento.
Em seguida, Pazuello acabou com as entrevistas coletivas diárias. Em junho, após o governo Bolsonaro restringir o acesso a dados sobre a pandemia de covid-19, foi articulada uma parceria entre veículos de imprensa para manter a atualização diária dos números.
A principal aposta de Pazuello no cargo é que a vacina que está sendo produzida pela Universidade de Oxford (Reino Unido), em parceria com o laboratório AstraZeneca, dê certo. Em 8 de setembro, foi firmado um contrato de encomenda tecnológica, que garante acesso a mais de 100 milhões de doses do ingrediente farmacêutico.