O feriado do dia 7 de Setembro tirou o brasileiro de casa. Pelas ruas, parques, praias e restaurantes de todo o Brasil foi possível observar um aumento no número de pessoas, muitas, sem máscara de proteção. A intensa movimentação e o desrespeito ao distanciamento social preocupam especialistas, que afirmam ser cedo para quebrar a quarentena no país. Com 4.147.794 de infectados e 126.960 mortes, foram contabilizados, ontem, no país, mais 10.273 casos e 310 vidas perdidas.
No primeiro feriado no Rio desde a liberação dos principais pontos turísticos da cidade, autorizada em 15 de agosto, cariocas e turistas brasileiros encheram lugares como Pão de Açúcar, Cristo Redentor e Parque Lage. Nesses locais, houve a maior visitação no período da pandemia. As praias e as principais atrações turísticas voltaram a encher, inclusive com aglomerações e desrespeito às regras em função da pandemia. O mesmo foi visto no litoral de São Paulo e no Nordeste.
Segundo a infectologista Heloisa Ravagnani, presidente da Sociedade de Infectologia do Distrito Federal, “o ideal ainda é, principalmente, evitar aglomerações, espaços fechados e locais com pessoas sem máscaras”. “Sempre, onde se aglomera muita gente, podemos ter um aumento da curva de contágio”, alerta. A médica aponta, ainda, ser importante lembrar que o aumento no número de casos ocorre cerca de dez dias após a infecção. “É um efeito a médio prazo, não é uma coisa imediata. Se acontecem aglomerações, hoje, o resultado disso não vem amanhã.”
A semana epidemiológica 36 encerrou-se no último sábado com queda na média móvel de mortes. Foram registrados 5.617 óbitos, 585 a menos que no mesmo período da semana anterior, que somou 6.202 fatalidades. Para a especialista, contudo, não há o que comemorar. Ela pontua que várias questões podem alterar a queda da média de fatalidade, entre elas, o próprio feriado, já que parte da população viaja. “A variação entre as semanas é normal, depende de várias questões e muitas coisas podem influenciar esses números. É importante entender que os números não são estáveis e flutuações são normais.”
Ravagnani pontua ser “importante entendermos que o Brasil tem várias situações diferentes dentro dele. Temos cidades que ainda não tiveram nenhum caso, enquanto outras estão com números altos de casos confirmados e mortes.”
Estados
Atualmente, o Brasil tem 22 unidades federativas com mais de mil mortes pelo novo coronavírus. São Paulo lidera o ranking negativo, com 31.377 óbitos. O segundo lugar pertence ao Rio de Janeiro, com 16.593 fatalidades. Completam a lista: Ceará (8.566), Pernambuco (7.721), Pará (6.257), Minas Gerais (5.851), Bahia (5.693), Amazonas (3.849), Rio Grande do Sul (3.756), Maranhão (3.518), Paraná (3.577), Goiás (3.475), Espírito Santo (3.268), Mato Grosso (2.932), Distrito Federal (2.720), Paraíba (2.550), Santa Catarina (2.422), Rio Grande do Norte (2.294), Alagoas (1.936), Sergipe (1.898), Piauí (1.901) e Rondônia (1.187).