Corona vírus

País bate Itália em mortes por milhão de habitantes

Com 126.650 óbitos e 4.137.521 infectados, Brasil é a oitava nação do mundo com maior mortalidade pelo novo coronavírus. Litorais do Rio de Janeiro e de São Paulo registram novas aglomerações no feriadão

Com o acréscimo de 447 óbitos e 14.521 infectados, ontem, o Brasil chegou a 126.650 mortes e 4.137.521 de casos confirmados de covid-19. Os números evidenciam que o novo coronavírus segue ativo e circulando no país, o que não intimidou milhares de brasileiros a lotarem as praias durante o feriado prolongado. Ainda que as médias móveis de casos e mortes mostrem desaceleração, o país avança no ranking negativo de países onde, proporcionalmente, o vírus mais mata. De acordo com levantamento do World o Meters, atualizado nesse domingo, com 593 mortes por milhão de habitantes, a nação ultrapassou a Itália (588) e é, agora, o oitavo país com maior mortalidade.

Na semana passada, o índice brasileiro de mortes por milhão de habitantes já havia superado o dos Estados Unidos (583) e da Suécia (577) — “país que não fez nenhum controle e que voltou atrás pedindo desculpas”, como afirmou o pesquisador Domingos Alves em tom de crítica à “insistência ao comportamento negacionista dos governantes brasileiros”. Domingos é um dos responsáveis pelo Portal Covid-19 Brasil, iniciativa formada por pesquisadores das universidades de São Paulo (USP) e de Brasília (UnB).

Mesmo com a pandemia, as praias e destinos turísticos brasileiros continuaram cheios no segundo dia do fim de semana prolongado, o que vai de encontro às recomendações médicas e as restrições dos governos para evitar aglomerações. No litoral paulista e no Rio, por exemplo, o sol e as temperaturas superiores aos 30ºC levaram milhares de banhistas a se arriscarem, muitos deles com barracas na extensão de faixa de areia, que estão proibidas na maioria do litoral brasileiro.

“A ideia das pessoas estarem indo para praia e passear é porque elas estão sendo impelidas a isso, já que temos governadores e prefeitos defendendo que a pandemia já acabou”, avalia o pesquisador Domingos Alvez. Segundo ele, quando o país atingiu 100 mil óbitos, a estatística do número de mortes por milhão foi usada para minimizar a tragédia, já que o país estava no 12º lugar do ranking. “Mas, o Brasil já está subindo e, nos próximos dias, vai para o sétimo lugar nessa classificação que o governo colocou como uma coisa boa. Até o fim da semana que vem devemos passar, na sequência, a Grã-Bretanha e a Espanha; e estaremos em quarto, quinto lugar”, prevê Domingos.

Estados

São Paulo e Rio de Janeiro são as únicas unidades federativas com mais de 10 mil mortes. O estado paulista lidera o ranking negativo de mortes provocadas pela covid-19, com 31.353 vidas perdidas; seguido pelo Rio, com 16.568 vítimas. Em seguida estão: Ceará (8.565), Pernambuco (7.702), Pará (6.249), Minas Gerais (5.837), Bahia (5.658), Amazonas (3.847), Rio Grande do Sul (3.739), Maranhão (3.508), Paraná (3.537), Goiás (3.450), Espírito Santo (3.242), Mato Grosso (2.893), Distrito Federal (2.700), Paraíba (2.551), Santa Catarina (2.405), Rio Grande do Norte (2.286), Alagoas (1.930), Sergipe (1.893), Piauí (1.893) e Rondônia (1.185).