A modernização da segurança pública no Brasil será tema de um seminário virtual promovido pelo Correio Braziliense na próxima quinta-feira (10/9). Durante o encontro, o jornal vai conversar com autoridades e especialistas da área para dialogar sobre propostas para melhorar o atual modelo das polícias do país e as condições de trabalho dos servidores. As inscrições são gratuitas (acesse o link que aparece no fim da matéria).
Participarão do encontro o senador Marcos do Val (Podemos-ES), os deputados federais Ubiratan Sanderson (PSL-RS) e Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PSL-SP), além do advogado criminalista Roberto Darós, especialista em Ciência Policial e Investigação Criminal na Escola Superior da Polícia Federal.
O presidente da Federação Nacional dos Policiais Federais (Fenapef), Luís Antônio Boudens, também estará no seminário. Para ele, o Brasil ainda não tem um serviço de segurança pública eficiente e de qualidade.
“Se observarmos as investigações de homicídios no ano passado, em apenas 8% dos casos nós descobrimos a autoria e revelamos a materialidade do crime. Imagine, então, como devem estar as investigações de outros delitos. Tudo fica mais complicado quando temos um índice tão preocupante em relação ao nosso maior bem, que é a vida”, alertou.
Nesse sentido, Boudens disse ser necessário criar um ambiente de valorização das polícias e de crescimento profissional dos trabalhadores. “Na nossa visão, ainda há uma grande lacuna nas atribuições de todos os policiais. O Brasil ainda não definiu se vai trabalhar com o ciclo completo ou não, porque, nesse caso, é preciso algumas especializações específicas e estabelecer uma forma de promoção e crescimento profissional entre todas os policiais, de todas as áreas e todos os cargos.”
Segundo o presidente da Fenapef, o país carece de uma estrutura de carreira como as demais polícias do mundo. “Defendemos que haja uma única porta de entrada, com o estabelecimento da meritocracia e da capacitação além da formação inicial dos policiais. Hoje, as academias brasileiras oferecem cursos muito rápidos, em que aprendemos apenas noções de direito do trabalho policial”, ponderou.
“Em outros países, é necessário passar primeiro por uma universidade para poder assumir posição de polícia. Tudo faz parte de um treinamento diferenciado, já no início da carreira, para que os policiais possam exercer com plenitude os direitos humanos. Isso seria urgente no Brasil: oferecer as capacitações e a oportunidade de fazer cursos nas várias áreas em que as polícias atuam”, acrescentou Boudens.
Reforma
Com as discussões da reforma administrativa ganhando força depois de o governo federal ter apresentado a sua proposta ao Congresso Nacional nesta quinta (3/9), Boudens comentou que a manutenção da atual estrutura das polícias é importante para não comprometer o trabalho. Apesar da promessa do governo de não incluir policiais de nenhuma esfera nas regras da reforma, ele ponderou que é necessário cautela.
“O governo se arrisca em redefinir o conselho de carreiras típicas de Estado, e dentro desse ambiente, separar dos cargos da carreira policial. Na nossa visão, a polícia tem que ser tratada como um todo, pois ela trabalha em equipe. É diferente do Ministério Público e do Judiciário, em que as decisões são centradas nos membros de poder”, opinou.
“A nossa expectativa para essa reforma é a que se abra o debate no Congresso e todos os pontos sejam analisados com tranquilidade e propriedade para ver se o Brasil vai dar um passo para o caminho certo fazendo esse tipo de reformatação no serviço público”, acrescentou Boudens.
Serviço
Correio Talks Modernização da Segurança Pública no Brasil
Data: 10 de setembro (quinta-feira)
Horário: 15h
Formato: online e ao vivo
Inscreva-se: www.correiobraziliense.com.br/correiotalks/segurancapublica