Após o presidente Jair Bolsonaro polemizar ao afirmar, no início desta semana, que "ninguém pode obrigar ninguém a tomar vacina", o secretário-executivo da Saúde, Élcio Franco comentou sobre o tema durante a tradicional coletiva de imprensa que fala sobre o cenário epidemiológico do Brasil no combate ao novo coronavírus. O secretário reforçou que a vacina não é obrigatória, mas afirmou que a imunização é “um grande instrumento para que a gente volte a normalidade”.
“Lembramos também que a vacina não é obrigatória, mas vai ser um grande instrumento para que voltemos a nossa normalidade dentro da sociedade”, disse Franco ao final da coletiva de imprensa. Ele ressaltou que a pasta continuará a incentivar a vacina para a imunização da população e citou a volta de doenças já erradicadas como justificativa. “Caso contrário poderemos ter o risco da volta de doenças que já haviam sido erradicadas no país, como aconteceu com o sarampo recentemente”, pontuou.
Para ele, a vacinação tem “importância ímpar” na redução ou erradicação de algumas doenças. Na declaração final, o secretário-executivo ainda enfatizou que o Programa Nacional de Imunizações (PNI) do Brasil é um dos mais completo e reconhecidos do mundo.
O secretário de vigilância em saúde, Arnaldo Correia, reforçou a expertise brasileira quanto aos programas nacionais de imunização. "Nós distribuímos mais de 300 milhões de doses de vacina a cada ano [...]. Esse mesmo programa tem hoje a seu dispor 37 mil postos de vacinação espalhados no país. Portanto, temos uma capilaridade de distribuição de uma eficácia, eficiência e efetividade que faz do Brasil portador de um dos programas de vacinação mais potente, valorizado e reconhecido do mundo", defendeu.
Para planejar como será feita a distribuição, logística de armazenamento e seleção do público-alvo da futura vacina contra a covid-19, a pasta montou uma câmara técnica de especialistas, incluindo membros das sociedades brasileiras de imunologia, pediatria, infectologia, conselhos nacionais de secretários de saúde de estados e municípios (Conass e Conasems), conselhos federais de medicina e farmácia, além de pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), responsável por reproduzir a vacina de Oxford no país, após a transferência da tecnologia.
"Tem-se discutido a logística e o planejamento da vacinação com todos essas entidades para, quando tivermos uma vacina eficazmente comprovada, imunizarmos a população brasileira", completou Correia.