Meio ambiente

Ambientalistas e empresas brasileiras pedem redução do desmatamento

Uma carta assinada por 230 organizações ambientalistas e empresas brasileiras do agronegócio foi enviada ao presidente Jair Bolsonaro

Agência France-Presse
postado em 16/09/2020 13:03 / atualizado em 16/09/2020 13:06
 (crédito: CARLOS FABAL / AFP)
(crédito: CARLOS FABAL / AFP)

Uma inédita coalizão de 230 organizações ambientalistas e empresas brasileiras do agronegócio enviou ao presidente Jair Bolsonaro uma carta com propostas para reduzir o desmatamento, sobretudo na Amazônia, "de maneira rápida e permanente".

A Coalizão Brasil Clima, Florestas e Agricultura reúne organizações como o Fundo Mundial para a Natureza (WWF) e Imazon, bem como a maior produtora mundial de carne JBS e grandes comercializadoras de grãos, como Cargill e Amaggi.

Também participam deste "fórum de diálogo entre o agronegócio e ambientalistas", como a própria coalizão se define, empresas do setor de alimentos como Danone e Unilever, bem como representantes do setor acadêmico.

O documento foi enviado na terça-feira ao presidente, ao vice-presidente Hamilton Mourão, coordenador do Conselho da Amazônia, e a vários ministros, em um momento em que incêndios devastam a Amazônia pelo segundo ano consecutivo e registram aumento alarmante em outros biomas, como o Pantanal.

Os signatários pedem o aumento da vigilância e das multas aplicadas por infringir a lei e a suspensão dos processos de regularização de terras em áreas desmatadas irregularmente desde julho de 2008.

"A grilagem de terras públicas é um dos principais vetores de desmatamento. Ao cessar os processos de regularização destas áreas corta-se o principal estímulo à grilagem e, por consequência, ao desmatamento", justifica a carta enviada a Bolsonaro, partidário da abertura de áreas protegidas e terras indígenas às atividades agropecuárias e de mineração.

O documento também propõe classificar 10 milhões de hectares de florestas públicas como áreas de proteção ambiental em regiões "com forte pressão de desmatamento" e conceder financiamentos com base em critérios ambientais.

Segundo dados oficiais de agosto, o desmatamento, responsável por grande parte das queimadas na Amazônia, caiu 21% em relação a agosto do ano passado, embora entre janeiro e agosto a redução tenha sido de apenas 5% em relação ao mesmo período de 2019, quando bateu recordes.

Ainda na terça-feira, oito países europeus, entre eles Alemanha, França e Reino Unido, enviaram carta aberta ao vice-presidente Mourão expressando sua "extrema preocupação" com o "aumento alarmante" do desmatamento e pedindo ao governo brasileiro "ações reais imediatas".

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