A cantora gospel Ana Paula Valdão deve ser processada pela fala na qual associou a homossexualidade ao pecado e ao surgimento da Aids. A intenção de levar o caso à Justiça é da Aliança Nacional LGBTI+, entidade que atua na promoção dos direitos da comunidade LGBT.
Em um trecho do programa que apresenta na Rede Super, o Diante do trono, Ana Paula afirmou: "Isso (homossexualidade) não é normal. Deus criou o homem e a mulher. E é assim que nós cremos. (...) Tudo que é distorcido traz consequências, naturalmente. Nem é Deus trazendo uma praga ou um juízo não. Taí a Aids pra mostrar que a união sexual entre dois homens causa uma enfermidade que leva à morte, contamina as mulheres" (assista abaixo).
Para o advogado e coordenador da Aliança LGBTI+, Marcel Jeronymo, a cantora e pregadora cometeu um crime. "A pastora, ao associar o HIV à comunidade LGBTI, comete o mesmo equívoco daqueles que quiseram ligar a pandemia do coronavírus à China. É crime. Vamos representá-la por LGBTFOBIA, nos termos da decisão do STF”, disse ao site da Carta Capital, referindo-se à decisão do Supremo que equiparou a homofobia ao racismo.
A repercussão do vídeo acontece dois dias depois de outro cantor gospel, André Valadão, causar revolta na comunidade LGBT ao dizer que "igreja não é para gays". O vídeo de Ana Paula também fez com que lideranças LGBT reagissem, pedindo a responsabilização pela declaração.
Ana Paula Valadão atribui aos gays a disseminação da AIDS e diz que casais heterossexuais são "imunes", contrariando a ciência e o senso comum. Fé religiosa não é salvo conduto para ser homofóbica, sorofóbica e cometer crimes contra a saúde pública. Precisa ser responsabilizada! pic.twitter.com/tCFdKswoCX
— William De Lucca (@delucca) September 12, 2020
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