Uma nova vacina contra a covid-19 será testada no Brasil a partir de parcerias entre laboratórios e empresas privadas. A UB-612, da americana Covaxx, irá iniciar a validação da imunização em pelo menos 3 mil voluntários no país.
Para isso, uma parceria entre a Dasa, líder em medicina diagnóstica no Brasil, e a Mafra, referência na distribuição de insumos, irá doar R$15 milhões para acelerar a parceria. Também entram na rede de colaboração o Banco Inter, Localiza e MRV, totalizando contribuição de R$ 30 milhões.
A vacina da Covaxx ainda precisa ser submetida à aprovação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) e da Agência Nacional de Vigilância em Saúde (Anvisa) e, para isso, é necessário delinear de que forma se dará o estudo de fase 2/3.
Esta tarefa ficará a cargo da Dasa. “O estudo será realizado com no mínimo 3 mil brasileiros para avaliar se a vacina provoca resposta imune (imunogenicidade), para definir as doses de segurança necessárias e a eficácia da vacina UB-612, da COVAXX”, explica Gustavo Campana, diretor médico da Dasa.
Reação imunológica
A nova candidata é projetada para disparar respostas às células, estimulando que o organismo produza uma alta reação imunológica, com a produção de anticorpos e imunidade mais duradoura. Ela é sintética, ou seja, não usa o vírus atenuado para a fabricação, mas é baseada em peptídeos, moléculas formadas pela ligação de dois ou mais aminoácidos que compõem as proteínas.
“Isso garante uma alta escalabilidade de produção e, dependendo da resposta aos testes, a vacina poderá ser aplicada em dose única”, explica Campana. A Covaxx estima a produção de 100 milhões de doses no primeiro quadrimestre de 2021 e 500 milhões em 2021.
“Garantimos 10 milhões de doses para Dasa e Mafra para distribuição ao mercado privado brasileiro, após aprovação dos órgãos reguladores. Destinaremos outras 50 milhões de doses para o mercado público do país”, garante a médica Mei Mei Hu, cofundadora e CEO da Covaxx.
Pelos testes já realizados em animais, a demonstração é de um alto grau de imunidade adquirida contra a covid-19, de forma a neutralizar de forma mais eficiente o vírus, ao comparar com outros dados publicados de outras vacinas em teste.
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