Moradores dos municípios baianos de Amargosa, Brejões e Elísio Medrado relataram ter sentindo um novo tremor de terra na madrugada desta segunda-feira (31/8). Segundo os registros do Observatório Sismológico da Universidade de Brasília (SIS-UnB), o terremoto atingiu 3.3 na escala Richter (mR) – uma magnitude considerada pequena, mas suficiente para ser notada pela população.
Em Amargosa, município identificado como o epicentro do evento, a prefeitura identificou rachaduras em pelo menos seis casas e na igreja da cidade – especialmente em Corta Mão, distrito localizado na zona rural do município. Um evento maior, de magnitude 4.2, já havia sido registrado no domingo (31).
O professor Marcelo Peres Rocha, chefe do SIS-UnB, explica que é comum que esses eventos ocorram seguidamente. “É um padrão normal de terremotos, a gente chama de enxame sísmico – em geral a energia sísmica acontece aos poucos você tem uns microtremores antes, depois um tremor maior e novamente uns tremores menores. Isso significa que essa energia está sendo liberada aos poucos”, detalha.
Apesar de ser comum as pessoas acreditarem que eventos desse tipo são raros no Brasil, essa não é a verdade. “O que acontece é que, normalmente, os terremotos são menores e acabam não sendo sentidos pela população”, revela Rocha. Segundo ele, não há como prever quando os tremores de terra irão acontecer, mas, em geral, regiões que já tiveram algum registro de terremoto têm chance de voltar a receber o fenômeno.
“Pode ser que aconteça novamente em 20 ou 30 anos, pode ser que demore milhares de anos. Não temos como saber”, ressalva o professor. A recorrência ocorre porque os territórios em que ocorrem abalos sísmicos naturais ficam sobre as chamadas “falhas geológicas” – uma espécie de cicatriz nas rochas que formam o terreno que acumula energia e acaba por dissipá-la, de tempos em tempos, para a superfície.