O Brasil é um dos países com maior duração da fase crítica da covid-19. Há quatro meses se mantendo no rol de nações que não conseguem controlar a transmissão da doença, o país vive um período de estabilização em altos patamares e sem previsão de um declínio constante. Ontem, por ser próximo do fim de semana, os números se mantiveram estáveis, com mais 684 mortes e 19.373 infecções pelo novo coronavírus, totalizando 108.536 óbitos e 3.359.570 casos confirmados. No entanto, as médias continuam acima de 40 mil confirmações diárias, o que representa acréscimos rotineiros superiores ao total de registros em 3/4 das nações do mundo.
Não há mais estados com menos de 500 fatalidades por covid-19 e apenas cinco das 27 unidades federativas registram menos de mil óbitos. São elas: Mato Grosso do Sul (640), Amapá (617), Acre (582), Roraima (568) e Tocantins (516). São Paulo tem, sozinho, um quarto das mortes brasileiras pela doença, somando 28.899. A lista segue com Rio de Janeiro (14.566), Ceará (8.163), Pernambuco (7.210), Pará (5.945), Bahia (4.475), Minas Gerais (4.223), Amazonas (3.505), Maranhão (3.277), Espírito Santo (2.908), Rio Grande do Sul (2.744), Paraná (2.733), Mato Grosso (2.368), Goiás (2.336), Paraíba (2.183), Rio Grande do Norte (2.081), Distrito Federal (2.042), Santa Catarina (1.839), Alagoas (1.763), Sergipe (1.717) e Piauí (1.619).
Primeiro lugar
Dos 188 países considerados na avaliação global de análise situacional da covid-19 pela Universidade Johns Hopkins, o Brasil soma, por dia, mais novos positivos para a doença do que o número divulgado desde o início da pandemia em 139 nações, ou seja, representa 74% do total.
“Na Europa houve um crescimento muito grande do número de casos e óbitos e um descenso relativamente lento, mas com tendência clara de queda. Isso não está acontecendo em países como Brasil, México, Colômbia, Argentina, países que têm uma fase de ascensão muito lenta e não mostram sinais de queda”, analisou Christovam Barcellos, sanitarista e pesquisador do Laboratório de Informação Científica e Tecnológica em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz). A avaliação foi feita ontem, durante debate do seminário on-line promovido pelo Observatório Covid-19.