Após o Brasil ultrapassar a marca de 100 mil mortes pelo novo coronavírus, no último sábado, a pandemia segue causando um número alto de vítimas diárias. O país chegou, ontem, a 103.026 óbitos e 3.109.630 infectados. Apenas nas últimas 24 horas, o Ministério da Saúde contabilizou mais 1.274 vidas perdidas e 52.160 novos testes positivos para a covid-19.
Segundo a pasta, as terças-feiras costumam ser o dia com os números mais altos da covid-19, devido ao acúmulo de processos que ocorre no fim de semana. Ainda assim, a quantidade de mortes mostra que o Brasil segue com a curva da doença em um patamar muito alto.
Para conseguir baixá-los, a Organização Pan-Americana de Saúde (Opas) aponta que o caminho passa necessariamente pelo aumento de exames para população. “O Brasil já aumentou a testagem, mas ainda tem um longo caminho para percorrer e assegurar que os testes sejam de amplo e fácil acesso para toda a população”, ressaltou o diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas, Marcos Espinal.
Espinal afirmou que ainda não é possível dizer que a curva de covid-19 no país está completamente achatada e, por isso, sugere que o Brasil não deixe de realizar medidas para combater o vírus. “O Brasil não pode deixar de implementar as medidas de mitigação e não farmacêuticas que recomendamos”, orientou.
Ao todo, 21 unidades federativas integram essa lista. Quem lidera o ranking brasileiro é São Paulo, com 25.571 óbitos pelo novo coronavírus. O Rio de Janeiro é o segundo com mais vidas perdidas, com 14.212 vítimas. Os dois são os únicos estados que têm mais de 10 mil mortes.
Em seguida vem Ceará (8.011), Pernambuco (7.008), Pará (5.901), Bahia (4.067), Minas Gerais (3.613), Amazonas (3.405), Maranhão (3.204), Espírito Santo (2.783), Rio Grande do Sul (2.472), Paraná (2.445), Mato Grosso (2.189), Goiás (2.099), Paraíba (2.046), Rio Grande do Norte (2.003), Distrito Federal (1.815), Alagoas (1.700), Sergipe (1.633), Santa Catarina (1.619) e Piauí (1.526). No pé da tabela estão: Rondônia (966), Amapá (604), Acre (565), Roraima (551), Mato Grosso do Sul (544) e Tocantins (474).
Gilmar elogia a atuação do SUS
O Sistema de Saúde Único (SUS) vem merecendo elogios de juristas e economistas pelo papel que desempenha no enfrentamento à covid-19. O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes reconheceu, ontem, que a cobertura universal de saúde passou por um teste de fogo e se mostrou um “ativo importante” durante este período. “O SUS revelou-se um ativo importante nesse combate à pandemia da covid-19. Apesar de todos os problemas que tivemos, me parece que esse foi um experimento institucional que deu certo”, disse, na abertura de uma live do Instituto Brasiliense de Direito Público (IDP) sobre finanças públicas e saúde. Para o ministro, a pandemia se tornou muito mais séria “graças às más condições sanitárias do país”. Por isso, ele reforçou a necessidade da discussão de um financiamento efetivo do SUS. “Temos que discutir como encontrarmos meios e modos de dar sustentabilidade financeira ao sistema e melhorar a sua gestão”, indicou.