As conversas para a mudança de endereço e identidade da menina de 10 anos que engravidou após ser estuprada pelo tio, no Espírito Santo, já começaram. Foi o que revelou o governador do estado, Renato Casagrande (PSB). Em entrevista ao CB.Poder — parceria do Correio Braziliense e da TV Brasília —, nesta quarta-feira (19/8), ele afirmou que o programa de proteção às vítimas está à disposição da criança e da família. O caso ganhou repercussão nesta semana, após a Justiça permitir que a garota interrompesse a gestação.
"Começando hoje, o programa de proteção às vítimas, que temos aqui no Espírito Santo, está à disposição da menina e da família. Certamente eles já estão protegidos por esse programa para que a menina possa passar por essa fase de recuperação psicológica e sua vida seja estabilizada. É um programa que está dando toda a assistência", afirmou Casagrande.
Ele contou também como foi o processo para garantir o direito da criança a realizar o aborto, que foi autorizado pela Justiça. "A partir da decisão do juiz, o Ministério Público e Poder Judiciário estiveram em contato com a Secretaria de Saúde para pedir o cumprimento da decisão. A princípio, o procedimento foi negado por um hospital aqui do Espírito Santo porque acharam que não poderiam realizá-lo. Depois, tentamos em Uberlândia (MG), mas a situação da covid está difícil lá. Então, conseguimos com o doutor Olímpio", disse ele
Na terça-feira (18/8), o governador ligou para o médico Olímpio Morais, responsável pelo Centro Integrado de Saúde Amaury de Medeiros (Cisam/UPE), onde a menina foi submetida ao processo de interrupção da gravidez, que já passava de 22 semanas. O capixaba teria ligado para agradecer o atendimento dado à criança.
Segundo Casagrande, houve rápida resposta no apoio à vítima e à família e também na captura do tio da garota, principal suspeito do crime. "O papel do Estado é esse, de dar apoio. Também tivemos uma ação rápida na busca pelo estuprador, e ele agora está sob custódia. Além de proteger a criança, o Estado precisa fazer justiça. Esse é um fato que teve repercussão, mas sabemos que existem crianças sendo abusadas todos os dias. No caso dela, já estava sendo abusada havia 4 anos. Em geral, a maioria dos abusos acontece dentro das próprias famílias", afirmou.
Assista à íntegra da entrevista:
*Estagiário sob a supervisão de Fernando Jordão
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