Pela primeira vez desde a intensificação da pandemia, o Brasil registrou taxas de contágios (Rt) abaixo do nível de descontrole. Pela nova avaliação do Imperial College de Londres, o país atingiu índices abaixo de 1, o que significa que um infectado transmite a doença para menos de uma pessoa saudável. O Rt está em 0,98, mas a o cenário ainda é de crescimento lento e estabilização, o que deixa o sinal de alerta ligado.
Com a atualização baseada no fechamento da semana epidemiológica 33, o Brasil saiu do rol de países com a doença ativa, onde permaneceu por 16 semanas consecutivas. O Rt de 0,98 é uma média e ao considerar a margem de erro, no entanto, o valor pode chegar até 1,04, lembrando que este é um somatório nacional e que o país vive diferentes fases da epidemia.
A taxa de contágio é um dos indicadores que ajuda no controle da epidemia, mas caso não seja alinhado com outros elementos como números de novos casos e óbitos, taxa de ocupação de leitos, e dados de Síndrome Respiratória Aguda Grave (Srag), pode ver a taxa aumentar nas próximas semanas, tal como ocorreu com o México e o Peru, por exemplo.
No rol dos 68 países avaliados, o Brasil tem a 39ª maior taxa de contágio. Segundo país com mais mortes e casos por covid-19 na América Latina, o México observou reduções mais significativas, com Rt 0,91, o menor registrado desde a intensificação da doença no país.
Outros sete países que compõem a região estão com transmissão considerada mais descontrolada do que a brasileira. Com os piores índices está a Argentina, com RT de 1,42, seguida por Honduras (1,36), Colômbia (1,26), República Dominicana (1,25), Bolívia (1,16), Venezuela (1,16), Guatemala (1,11) e o México.
Dos países da região, o Paraguai é onde a transmissão está mais descontrolada, com taxas em 1,95, atualmente a pior do mundo. No entanto, ela não é superior ao registrado pelo Brasil em abril, quando chegou a marcar Rt de 2,3 e ocupar o primeiro lugar em nações com maior descontrole da doença.
Outros países da América Latina com transmissão ativa são: Venezuela (1,38), Argentina (1,21), Equador (1,16), Haiti (1,15), Peru (1,09), Colômbia (1,07), Bolívia (1,05), Costa Rica (1,05) e República Dominicana (1,00).
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