A solidariedade de mais de 700 voluntários de uma rede coordenada pelo Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai) fez a diferença na vida de milhares pessoas em todo o Brasil. Com a pandemia do novo coronavírus que atingiu o país, 2.007 ventiladores pulmonares foram consertados gratuitamente e devolvidos a instituições de saúde em 336 municípios de 24 estados e no Distrito Federal. A estimativa é cada equipamento possa salvar até 10 vidas durante seu prazo de utilização.
O diretor geral do SENAI, Rafael Lucchesi, conta que a entidade coordenou a iniciativa sobre o signo da solidariedade. "Contou com uma ação de voluntariado, técnicos e engenheiros não mediram esforços na construção desses ventiladores mecânicos. Mostraram toda a força e vitalidade a que empresas e profissionais se empenharam em meio a pandemia."
Graças à união de 28 instituições e empresas, os aparelhos que estavam sem uso foram restaurados, considerados indispensáveis para o tratamento de covid-19. Desde 30 de março, foram recebidos 3.989 respiradores de todos os estados, dos quais 951 estão em manutenção e 173 passam por calibração, última etapa antes da devolução ao serviço de saúde. A maioria dos equipamentos restaurados precisava apenas de novas peças para voltar a operar.
“A iniciativa de consertar esse equipamento hospitalar fundamental para salvar as vidas de quem tem as formas mais graves da doença contribui de forma expressiva para o árduo trabalho que está sendo realizado pelos profissionais da saúde e para reduzir a necessidade de importação do equipamento”, avalia o presidente da Confederação Nacional da Indústria (CNI), Robson Braga de Andrade.
O vigilante Neumário Marco da Silva, 47 anos, ficou internado 30 dias no Hospital Agenor Paiva, em Salvador, com covid-19. Durante o tratamento, ele passou 15 dias na UTI e sete dias na Unidade de Terapia Semi-Intensiva. Utilizou aparelho consertado pela Iniciativa + Manutenção de Respiradores, coordenada pelo Senai. Para ele, o aparelho foi importante na sua recuperação. “Com a ajuda dos aparelhos, graças a Deus, eu sobrevivi. Com certeza, o aparelho teve uma parcela de contribuição para meu tratamento”, diz ele. A esposa dele não teve a doença. Ele tem filhos, mas que moram fora do Brasil.
O projeto conta com a participação de unidades do Senai, ArcelorMittal, BMW Group, Fiat Chrysler Automóveis (FCA), Estúdios Globo, Ford, General Motors, Honda, Hyundai Motor Brasil, Instituto Votorantim, Instituto de Pesquisas Tecnológicas (IPT) e POLI-USP, Jaguar Land Rover, Mercedes-Benz do Brasil, Moto Honda, Petrobras, Renault, Scania, Toyota, Troller, Usiminas, Vale, Volkswagen do Brasil e Volvo do Brasil, com o apoio do Ministério da Saúde, do Ministério da Economia, do Ministério da Defesa, da Agência Brasileira de Desenvolvimento Industrial (ABDI) e da Associação Brasileira de Engenharia Clínica (ABEClin).
“Estamos vivendo um ponto de inflexão na história da humanidade e vamos extrair muitas lições. O Senai se sente muito honrado com a parceria construída nesta iniciativa, exemplo de ação cidadã que mobiliza indivíduos, empresas e organizações em prol do bem comum, da afirmação de um projeto de país que nasce no valor à vida”, afirma o diretor-geral do Senai, Rafael Lucchesi.
*Estagiária sob supervisão de Vicente Nunes
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