O avanço da taxa de transmissão do coronavírus no Distrito Federal, que nesta sexta-feira chegou a 1,44, tem deixado a comunidade escolar em alerta e preocupado pais sobre o avanço da doença entre estudantes e professores. A mãe de uma aluna de uma escola particular da capital reclama que, em uma turma de ensino médio, há 12 casos suspeitos — 10 estudantes e dois professores teriam sido diagnosticados com a doença — sem suspensão das aulas.
De acordo com a diretoria do Sindicato dos Professores em Estabelecimentos Particulares do Distrito Federal (Sinproep-DF), relatos sobre o avanço de contaminação têm chegado com frequência. Nesta sexta-feira (27/5), segundo o Sinproep-DF, dois colégios chegaram a suspender as aulas em algumas turmas. “Houve flexibilização geral do governo, mas ainda existe um protocolo mínimo que é acompanhado pela Vigilância sSnitária. Estamos fazendo o documento recomendando o reforço nas medidas de segurança e dando autonomia para as escolas discutirem o uso da máscara”, diz Rodrigo de Paula, diretor jurídico do sindicato.
A coordenação do colégio Pódion, localizado na Asa Norte, onde a mãe denunciou 12 casos da doença na mesma turma, confirma a notificação de oito casos — seis alunos e dois professores. Mas, segundo a escola, apenas três deles são da mesma turma.
O colégio informou, ainda, que segue a Nota Técnica Nº 6 e Portaria Conjunta Nº 14 do MTP/MS, que altera e consolida as condutas a serem adotadas nos casos de suspeita ou confirmação de contaminação por covid-19. A nota determina a suspensão das aulas no caso de numa mesma sala de aula com três casos ou mais confirmados. A direção do Pódio chegou a cogitar a suspensão das aulas nessa turma, mas foi orientada pela Vigilância Epidemiológica a não fazê-lo.
Saiba Mais
De acordo com a mãe, ao chegar à escola, na manhã desta sexta-feira (27/5), a filha foi recepcionada com uma mensagem no quadro que dizia “Estamos com covid-19 (recomendamos o uso de máscara)”. “A gente fica numa situação complicada. Eu tenho problema de imunidade baixa, então a preocupação é ela pegar, trazer pra casa e, numa dessa, o quadro ser pior. Tomamos todos os cuidados, ela só vai para a escola de máscara. Mas se a escola não cuida, não toma qualquer iniciativa, como fica?”, indaga.
A coordenação do Pódio garantiu que o colégio continua orientando os estudantes quanto à utilização de máscaras, da manutenção, sempre que possível, do distanciamento e das demais medidas de prevenção às infecções pelo novo coronavírus. A escola, afirma a direção, tem salientado o aumento da taxa de transmissão no DF, bem como continua a higienizar sistematicamente os ambientes internos e a manter totens de álcool em gel distribuídos em todos os setores do estabelecimento de ensino.
Saiba Mais
Protocolos nas escolas
Rodrigo de Paula, diretor Jurídico do Sinproep-DF, diz que a discussão ocorre devido a discrepância nas regras sanitárias vigentes. “Temos uma flexibilização, que surgiu com a liberação do uso de máscaras e o fim do estado de calamidade pública, mas ainda temos a obrigatoriedade do uso dos aparelhos de proteção individual aos professores. Então precisamos alinhar isso melhor”, pontua. Por isso, Rodrigo diz que o sindicato deve divulgar, na próxima semana, uma recomendação para que os colégios escutem a comunidade escolar e que fiquem vigilantes em casos de novos surtos.
O Correio procurou a Secretaria de Saúde do DF para confirmar qual o atual protocolo adotado em caso de suspeita ou confirmação de casos de covid-19 nos colégios da cidade e aguarda retorno.
Notícias pelo celular
Receba direto no celular as notícias mais recentes publicadas pelo Correio Braziliense. É de graça. Clique aqui e participe da comunidade do Correio, uma das inovações lançadas pelo WhatsApp.
Dê a sua opinião
O Correio tem um espaço na edição impressa para publicar a opinião dos leitores. As mensagens devem ter, no máximo, 10 linhas e incluir nome, endereço e telefone para o e-mail sredat.df@dabr.com.br.