A diretora da Faculdade de Educação da PUC-SP, Neide Noffs, explica que o reforço se torna necessário quando a escola ou a criança identificam dificuldades na aprendizagem. " não deve ser usado para memória de conhecimentos, mas para preparar o estudante para aprendizagem de modo gera", avalia."E não se deve fazer isso em novembro ou dezembro, quando as notas estão fechando. Nesse momento, a palavra "recuperar" é muito forte e cabe a escola ver o que é possível fazer", completa.
[SAIBAMAIS] O professor de ciências biológicas João Borges decidiu investir na área e, hoje, é sócio-proprietário de um curso de reforço no Sudoeste. "Os alunos ficam muito desestimulados quando não conseguem ou erram e param de estudar. No reforço, como tem alguém do lado ajudando, há estímulo maior e eles conseguem perseverar nos estudos", explica Borges.
Para Borges, a melhora nas notas depende do aluno, mas, em geral, já são perceptíveis em dois a três meses. A presença e acompanhamento dos pais também é fundamental."A educação do filho é 40% escola e 60% casa. Se não houver cobrança ou acompanhamento, dificilmente vai existir empenho e é pouco provável ter sucesso. Os pais devem acompanhar, cobrar, ler e incentivar, além de buscar o que pode estar acontecendo ao ver notas baixas", avalia.
Método
Mas cursos feitos fora da escola não são apenas para quem procura superar as provas de recuperação. Aprofundar-se e ir além do conteúdo dado em sala de aula é o objetivo de muitos pais e estudantes. Há um ano, Vítor Dias se matriculou em um instituto com um método de ensino japonês criado na década de 1950.
"Toda segunda e sexta, passo uma hora lá, fazendo exercícios de matemática. Estava com dificuldades na escola na parte das frações", explica. "Acho bom. Minhas notas já aumentaram. É diferente da sala de aula, fica mais fácil de tirar dúvidas, tenho menos vergonha", diz.
Hanna Lunara, 8 anos, também frequenta a instituição. No caso dela, além de exercícios de matemática, entram na rotina os extras de português. "Me ajuda muito, tinha dúvidas na hora de fazer adições e na hora de escrever", conta.
A orientadora da instituição há 20 anos, Sônia Maria Rosa Grande, conta que, entre os objetivos, estão os de desenvolver a responsabilidade, a disciplina e a concentração do aluno."O estudante tem o dever e o direito de perguntar. Aqui também tudo é lido e corrigido. O objetivo final é o autodidatismo", explica Sônia.