Em pouco tempo de conversa, muitas histórias são lembradas, inclusive a de um ex-aluno que pediu para que seus filhos conversassem com ela. ;Um pai veio e disse que queria que eu falasse com o filho dele. Respondi que não era a orientadora, mas insistiu e disse que comentava muito sobre mim para o garoto. Ele queria isso, pois, no passado, eu o havia aconselhado a como estudar e enfrentar desafios;, afirma.
[SAIBAMAIS] Mas, para fazer a diferença e exercer a função com competência é preciso ter alguns cuidados e muita responsabilidade. Pinheiro explica que o coordenador deve ter o controle de toda a situação, precisa conhecer bem as pessoas, saber repassar as informações, entender as diferenças dos profissionais e conseguir formar um grupo só para que trabalho seja positivo. ;O grande desafio é coordenar a equipe para atingir um único objetivo: promover bom atendimento ao aluno e ao pai e acompanhamento do professor;, avalia.
A mestre em educação e coordenadora pedagógica de um colégio da Asa Sul, Solange Maria Lopes de Oliveira, também tem experiência na área. Exerce a função de coordenadora desde 1987. ; O campo de atuação desse profissional é muito amplo. Hoje, ele é um gestor que assessora o corpo docente na execução de projetos. A função não se restringe apenas às atividades rotineiras, é um diferencial de décadas passadas;, comenta.
;Hoje, o dia a dia do coordenador vai além. É preciso um olhar para toda a dinâmica escolar, na supervisão, no gerenciamento das atividades relacionadas ao processo de ensino e de aprendizagem. Ele consegue redesenhar um novo modelo diante do contexto atual. Cabe ao coordenador fazer um diagnóstico, identificar as necessidades dos professores, dos alunos, acompanhar na íntegra, analisar estratégias de sala de aula e metodologia de ensino;, explica Solange.
No Brasil
Segundo a pesquisa O coordenador pedagógico e a formação continuada de professores: intenções, tensões e contradições, realizada pela Fundação Carlos Chagas (FCC), 90% dos coordenadores no Brasil são mulheres, 88% já deram aula na Educação Básica e 76% têm entre 36 e 55 anos. Além disso, a maioria tem mais de cinco anos de experiência.
Uma das conclusões do estudo mostra, no entanto, que apesar de ser um educador com experiência, ainda faltam identidade e segurança para realizar um bom trabalho. Segundo a pesquisa, esse profissional sabe da importância da função no processo educacional, mas não conhece ao certo como agir na escola diante das demandas. Por isso, ao mesmo tempo em que afirma que a atuação pode contribuir para o aprendizado dos alunos e para a melhoria do trabalho dos professores, muitas vezes não vê o quanto isso faz diferença nos resultados finais da aprendizagem.
Perfil do coordenador
; 88% já deram aula na Educação Básica
; 76% têm entre 36 e 55 anos
; 90% dos coordenadores no Brasil são mulheres
Fonte: Fundação Carlos Chagas (FCC)