<div style="text-align: left"><img src="https://imgsapp2.correiobraziliense.com.br/app/noticia_127983242361/2018/01/11/652108/20180108184544211535a.JPG" alt=""Eu percebo que os professores estão fazendo os alunos confiarem mais neles mesmos, terem sua própria opinião e respeitarem a do outro. Eles estão tendo um papel fundamental na formação não só acadêmica, mas também no caráter dela", afirma Janaina do Vale, mãe da Kimberlly" /></div><div style="text-align: left">Os tempos são outros, as formas de ensinar estão em transformação, o perfil dos alunos é diferente. A escola não é a mesma de anos atrás, mas uma coisa nunca muda: a importância da participação dos pais na vida escolar dos filhos. E como eles devem se adaptar a tantas mudanças?</div><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">Especialistas afirmam que parte dessa resposta pode ser dada pela própria escola. Segundo o psicopedagogo Eugênio Cunha, para que a família possa participar e contribuir, é fundamental que a coordenação pedagógica explique aos pais as novas tecnologias e métodos de aprendizagem adotados em sala de aula.</div><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">Cunha destaca que muitos pais foram educados da forma tradicional, distantes das metodologias ativas adotadas em algumas instituições de ensino atualmente, que buscam maior participação dos alunos. ;Eles sentem falta daquele conteúdo que vem para casa, daquele livro cheio de perguntas e respostas, de um caderno muito escrito. Isso são resquícios de metodologias de um ensino antigo, portanto é preciso que as escolas esclareçam essas novidades;, ressalta.</div><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">Luiz Claudio Megiorin, presidente da Associação de Pais e Alunos do Distrito Federal (Aspa- DF), aponta que acompanhar essas mudanças é um desafio para as famílias, principalmente aquelas que envolvem as tecnologias. ;Realmente, os tempos mudaram. A gente só consegue seguir os filhos até um certo ponto. Temos dificuldades. Inclusive, muitos pais perceberem essa mudança no comportamento dos filhos. Vejo, ainda, que a tecnologia está ganhando cada vez mais espaço na sala de aula. Enquanto o professor fala lá na frente, os alunos já estão pesquisando.;</div><div style="text-align: left"><br /></div><h3 style="text-align: left"><strong>Mais agilidade no aprendizado</strong></h3><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">Os métodos de ensino participativos e o uso da tecnologia em prol da educação já chegaram à sala de aula da estudante Kimberlly do Vale, 12 anos, filha de Janaina do Vale, 40. Kimberlly acaba de concluir o 7; ano e traz em sua bagagem acadêmica, além dos tradicionais conteúdos, a habilidade de pesquisar e apresentar as informações para os colegas. Janaina comenta que é notável a diferença do desenvolvimento da filha com o dela quando estava na escola. ;Os alunos, hoje, são outros. Percebo que a Kimberlly pega as coisa muito mais rápido do que eu quando estudava;, observa.</div><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">A mãe reforça que as metodologias adotadas têm ido muito além do ensinar português e matemática. ;Eu percebo que os professores estão fazendo os alunos confiarem mais neles mesmos, terem sua própria opinião e respeitarem a do outro. Eles estão tendo um papel fundamental na formação não só acadêmica, mas também no caráter dela;, enfatiza.</div><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">Janaina tenta contribuir e complementar os esforços dos educadores em casa, para potencializar as habilidades da filha. Ela afirma que ajuda a adolescente nos trabalhos e chega até a dar algumas sugestões de como fazer, mas que deixa com a Kimberlly a responsabilidade pelas escolhas dela. ;Em um trabalho de religião, por exemplo, achei interessante ela escolher pesquisar uma religião que não é a nossa. Eu vi que aquela atividade despertou uma curiosidade nela, que foi atrás das informações;, lembra. A mãe ainda complementa: ;Eles buscam não só nos livros, mas em vídeos na internet, em filmes. Já a ajudei em trabalhos com matérias que eu vi nos jornais. Acho isso muito legal. Quanto mais conhecimento ela tiver, melhor;.</div><div style="text-align: left"><br /></div><h3 style="text-align: left"><strong>Contexto social deve ser avaliado</strong></h3><div style="text-align: left"><br /></div><div style="text-align: left">O doutor em educação Antonio Augusto Batista, coordenador de pesquisas do Centro de Estudos e Pesquisas em Educação, Cultura e Ação Comunitária (Cenpec), ressalta que as escolas não podem esperar a mesma participação e compreensão de todas as famílias. Ele assegura que cada caso deve ser tratado de forma diferente, olhando o contexto social e a experiência escolar de cada um.</div><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">Segundo Batista, pesquisas mostram que a maioria dos pais se preocupa com a educação dos filhos e tenta ajudar, mas que nem todos conseguem acompanhá-los. ;Não é só dificuldade com um universo de tecnologias e conteúdos novos, mas um afastamento, outras necessidades mais importantes. Existe uma espécie de distância entre o mundo cultural da família e o mundo cultural da escola, e eles precisam ser aproximados;, alerta.</div><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">Para Eugênio Cunha, a relação escola e família precisa ser fortalecida diariamente, de maneira que os pais possam contribuir efetivamente. ;É uma parceria que precisa se estreitar. Ficar por dentro da rotina do trabalho que é feito em sala de aula, das pesquisa que são feitas em casa, além dos projetos em que o aluno precisa trazer a família para a escola. Existem várias atividades durante o ano que podem ajudar nessa relação;, aconselha.</div><blockquote style="text-align: left"><div style="text-align: left"><strong> </strong></div><strong><div style="text-align: left"><strong> ;A escola tem autoridade e autonomia para decidir o caminho pedagógico a seguir com os alunos, mas é evidente que as sugestões dos pais são sempre bem-vindas;</strong></div></strong><div style="text-align: left">Eugênio Cunha, psicopedagogo </div></blockquote><div style="text-align: left"><br /></div><h3 style="text-align: left"><strong>Acompanhamento é fundamental</strong></h3><div style="text-align: left"><br /></div><div style="text-align: left">Os pais não precisam concordar com tudo o que a escola impõe. Afinal, é a educação dos filhos que está em jogo. Os especialistas ressaltam que é preciso avaliar se as metodologias adotadas pela instituição estão cumprindo o objetivo de uma instituição de ensino, que é educar. As intervenções, no entanto, devem ser feitas de com cautela, de maneira a ajudar, e não atrapalhar.</div><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">O psicopedagogo Eugênio Cunha ressalta que a relação entre família e escola deve ser sempre uma parceria, mas a instituição de ensino é soberana nos aspectos pedagógicos. ;A escola tem autoridade e autonomia para decidir o caminho pedagógico a seguir com os alunos, mas é evidente que as sugestões dos pais são sempre bem-vindas;, afirma. Cunha adverte que o problema é que muitas vezes as famílias responsabilizam os professores quando há problemas com os filhos.</div><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">No ano passado, a filha de Janaina esteve com problemas em matemática, mas, por conhecer a escola e a própria filha, a mãe logo viu que o problema não estava com o professor. ;Quando percebi a dificuldade dela, tratei logo de procurar um reforço e, assim, conseguimos resolver;, conta.</div><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">Cunha destaca que, quando o pai acompanha a vida acadêmica do filho, ele consegue supervisionar melhor se ele está conseguindo cumprir as metas e as diretrizes da escola, assim como se está sendo ativo nas aulas. Dessa forma, é bem mais fácil identificar onde está o problema quando as coisas não vão bem.</div><div style="text-align: left"><br /></div><div style="text-align: left"><strong>Dentro do limite</strong></div><div style="text-align: left"><br /></div><div style="text-align: left">Luiz Claudio Megiorin, da Aspa, alerta que é preciso ter cuidado ao querer questionar o professor. Para ele, há pais que passam dos limites na hora de opinar sobre as decisões da escola, chegando a querer descaracterizar os projetos pedagógicos das instituições. ;Eu acho que tudo tem limite. A gente tem que saber o que é importante e fundamental ser moldado e aquilo que pode acabar destruindo um projeto pedagógico. A participação dos pais é muito bem-vinda, desde que seja uma participação equilibrada e organizada;, observa.</div><div style="text-align: left"> </div><div style="text-align: left">Segundo Batista, do Cenpec, uma dica para saber quando intervir é verificar se a instituição de ensino está conseguindo cumprir a função dela. Ele explica que a escola tem três finalidades: o desenvolvimento pessoal; a formação cidadã; e a formação para o trabalho. Caso não esteja atendendo esses papeis, é hora questionar. </div><h2 style="text-align: left"><strong>Ponto a ponto</strong></h2><h3 style="text-align: left"><em>Saiba como melhorar sua relação com a escola e contribuir mesmo em casa</em></h3><div style="text-align: left"><br /></div><div style="text-align: left"><strong>Fique por dentro de tudo </strong></div><div style="text-align: left">; Participe sempre das reuniões pedagógicas</div><div style="text-align: left"><strong><br /></strong></div><div style="text-align: left"><strong>Estreite sua relação com a escola </strong></div><div style="text-align: left">; Mantenha-se informado sobre a rotina da sala de aula; participe das atividades em que a família é convidada</div><div style="text-align: left"><br /></div><div style="text-align: left"><strong>Acompanhe seu filho de perto </strong></div><div style="text-align: left">; Converse com seu filho, ajude nos trabalhos de pesquisa em casa e estimule o potencial dele</div><div style="text-align: left"><br /></div><div style="text-align: left"><strong>Tecnologia é bom, mas na medida </strong></div><div style="text-align: left">; Acompanhe e monitore o uso das tecnologias. Procure usá-las a seu favor</div><div style="text-align: left"><br /></div><div style="text-align: left"><strong>Mantenha o diálogo </strong></div><div style="text-align: left">; Evite grupos de redes sociais para resolver problemas escolares. Trate diretamente com a escola</div><div style="text-align: left"><em><br /></em></div><div style="text-align: left"><em><strong>Fonte:</strong> Eugênio Cunha</em></div>